8. Erros e exceções

Até agora mensagens de erro foram apenas mencionadas, mas se você testou os exemplos, talvez tenha esbarrado em algumas. Existem pelo menos dois tipos distintos de erros: erros de sintaxe e exceções.

8.1. Erros de sintaxe

Erros de sintaxe, também conhecidos como erros de parse, são provavelmente os mais frequentes entre aqueles que ainda estão aprendendo Python:

>>> while True print('Olá mundo')
  File "<stdin>", line 1
    while True print('Olá mundo')
               ^^^^^
SyntaxError: invalid syntax

O analisador sintático repete a linha inválida e mostra pequenas setas apontando para o ponto da linha em que o erro foi detectado. O erro deve ter sido causado pela ausência do símbolo que precede a seta. No exemplo, o erro foi detectado na função print(), uma vez que um dois-pontos (':') está faltando antes dela. O nome de arquivo e número de linha são exibidos para que você possa rastrear o erro no texto do script.

8.2. Exceções

Mesmo que um comando ou expressão estejam sintaticamente corretos, talvez ocorra um erro na hora de sua execução. Erros detectados durante a execução são chamados exceções e não são necessariamente fatais: logo veremos como tratá-las em programas Python. A maioria das exceções não são tratadas pelos programas e acabam resultando em mensagens de erro:

>>> 10 * (1/0)
Traceback (most recent call last):
  File "<stdin>", line 1, in <module>
    10 * (1/0)
          ~^~
ZeroDivisionError: division by zero
>>> 4 + spam*3
Traceback (most recent call last):
  File "<stdin>", line 1, in <module>
    4 + spam*3
        ^^^^
NameError: name 'spam' is not defined
>>> '2' + 2
Traceback (most recent call last):
  File "<stdin>", line 1, in <module>
    '2' + 2
    ~~~~^~~
TypeError: can only concatenate str (not "int") to str

A última linha da mensagem de erro indica o que aconteceu. Exceções surgem com diferentes tipos, e o tipo é exibido como parte da mensagem: os tipos no exemplo são ZeroDivisionError, NameError e TypeError. A string exibida como sendo o tipo da exceção é o nome da exceção embutida que ocorreu. Isso é verdade para todas exceções pré-definidas em Python, mas não é necessariamente verdade para exceções definidas pelo usuário (embora seja uma convenção útil). Os nomes das exceções padrões são identificadores embutidos (não palavras reservadas).

O resto da linha é um detalhamento que depende do tipo da exceção ocorrida e sua causa.

A parte anterior da mensagem de erro apresenta o contexto onde ocorreu a exceção. Essa informação é denominada stack traceback (situação da pilha de execução). Em geral, contém uma lista de linhas do código-fonte, sem apresentar, no entanto, linhas lidas da entrada padrão.

Exceções embutidas lista as exceções pré-definidas e seus significados.

8.3. Tratamento de exceções

É possível escrever programas que tratam exceções específicas. Observe o exemplo seguinte, que pede dados ao usuário até que um inteiro válido seja fornecido, ainda permitindo que o programa seja interrompido (utilizando Control-C ou seja lá o que for que o sistema operacional suporte); note que uma interrupção gerada pelo usuário será sinalizada pela exceção KeyboardInterrupt.

>>> while True:
...     try:
...         x = int(input("Insira um número: "))
...         break
...     except ValueError:
...         print("Ops! Esse não é um número válido. Tente novamente...")
...

A instrução try funciona da seguinte maneira:

  • Primeiramente, a cláusula try (o conjunto de instruções entre as palavras reservadas try e except ) é executada.

  • Se nenhuma exceção ocorrer, a cláusula except é ignorada e a execução da instrução try é finalizada.

  • Se ocorrer uma exceção durante a execução de uma cláusura try, as instruções remanescentes na cláusula são ignoradas. Se o tipo da exceção ocorrida tiver sido previsto em algum except, essa cláusura except é executada, e então depois a execução continua após o bloco try/except.

  • Se a exceção levantada não corresponder a nenhuma exceção listada na cláusula de exceção, então ela é entregue a uma instrução try mais externa. Se não existir nenhum tratador previsto para tal exceção, trata-se de uma exceção não tratada e a execução do programa termina com uma mensagem de erro.

A instrução try pode ter uma ou mais cláusula de exceção, para especificar múltiplos tratadores para diferentes exceções. No máximo um único tratador será executado. Tratadores só são sensíveis às exceções levantadas no interior da cláusula de tentativa, e não às que tenham ocorrido no interior de outro tratador numa mesma instrução try. Uma cláusula de exceção pode ser sensível a múltiplas exceções, desde que as especifique em uma tupla, por exemplo:

... except (RuntimeError, TypeError, NameError):
...     pass

Uma classe em uma cláusula except corresponde a exceções que são instâncias da própria classe ou de uma de suas classes derivadas (mas o contrário não é válido — uma cláusula except listando uma classe derivada não corresponde a instâncias de suas classes base). Por exemplo, o seguinte código irá mostrar B, C, D nessa ordem:

class B(Exception):
    pass

class C(B):
    pass

class D(C):
    pass

for cls in [B, C, D]:
    try:
        raise cls()
    except D:
        print("D")
    except C:
        print("C")
    except B:
        print("B")

Se a ordem das cláusulas de exceção fosse invertida (except B no início), seria exibido B, B, B — somente a primeira cláusula de exceção compatível é ativada.

Quando uma exceção ocorre, ela pode estar associada a valores chamados argumentos da exceção. A presença e os tipos dos argumentos dependem do tipo da exceção.

A cláusula except pode especificar uma variável após o nome da exceção. A variável está vinculada à instância de exceção que normalmente possui um atributo args que armazena os argumentos. Por conveniência, os tipos de exceção embutidos definem __str__() para exibir todos os argumentos sem acessar explicitamente .args.

>>> try:
...     raise Exception('spam', 'ovos')
... except Exception as inst:
...     print(type(inst))    # o tipo da exceção
...     print(inst.args)     # argumentos armazenados em .args
...     print(inst)          # __str__ permite imprimir args diretamente,
...                          # mas pode ser substituído em subclasses de exceção
...     x, y = inst.args     # desempacota args
...     print('x =', x)
...     print('y =', y)
...
<class 'Exception'>
('spam', 'ovos')
('spam', 'ovos')
x = spam
y = ovos

A saída __str__() da exceção é exibida como a última parte (“detalhe”) da mensagem para exceções não tratadas.

BaseException é a classe base comum de todas as exceções. Uma de suas subclasses, Exception, é a classe base de todas as exceções não fatais. Exceções que não são subclasses de Exception normalmente não são tratadas, pois são usadas para indicar que o programa deve terminar. Elas incluem SystemExit que é kevantada por sys.exit() e KeyboardInterrupt que é levantada quando um usuário deseja interromper o programa.

Exception pode ser usada como um curinga que captura (quase) tudo. No entanto, é uma boa prática ser o mais específico possível com os tipos de exceções que pretendemos manipular e permitir que quaisquer exceções inesperadas se propaguem.

O padrão mais comum para lidar com Exception é imprimir ou registrar a exceção e então levantá-la novamente (permitindo que um chamador lide com a exceção também):

import sys

try:
    f = open('meuarquivo.txt')
    s = f.readline()
    i = int(s.strip())
except OSError as err:
    print("Erro de E/S:", err)
except ValueError:
    print("Não foi possível converter dados para um inteiro.")
except Exception as err:
    print(f"Não esperava {err=}, {type(err)=}")
    raise

A construção tryexcept possui uma cláusula else opcional, que quando presente, deve ser colocada depois de todas as outras cláusulas. É útil para um código que precisa ser executado se nenhuma exceção foi levantada. Por exemplo:

for arg in sys.argv[1:]:
    try:
        f = open(arg, 'r')
    except OSError:
        print('não foi possível abrir', arg)
    else:
        print(arg, 'tem', len(f.readlines()), 'linhas')
        f.close()

É melhor usar a cláusula else do que adicionar código adicional à cláusula try porque ela evita que acidentalmente seja tratada uma exceção que não foi levantada pelo código protegido pela construção com as instruções tryexcept.

Os manipuladores de exceção não tratam apenas exceções que ocorrem imediatamente na cláusula try, mas também aquelas que ocorrem dentro de funções que são chamadas (mesmo indiretamente) na cláusula try. Por exemplo:

>>> def this_fails():
...     x = 1/0
...
>>> try:
...     isso_aqui_falha()
... except ZeroDivisionError as err:
...     print('Tratando o erro de tempo execução:', err)
...
Tratando o erro de tempo execução: division by zero

8.4. Levantando exceções

A instrução raise permite ao programador forçar a ocorrência de um determinado tipo de exceção. Por exemplo:

>>> raise NameError('Olá')
Traceback (most recent call last):
  File "<stdin>", line 1, in <module>
    raise NameError('Olá')
NameError: Olá

O argumento de raise indica a exceção a ser levantada. Esse argumento deve ser uma instância de exceção ou uma classe de exceção (uma classe que deriva de BaseException, tal como Exception ou uma de suas subclasses). Se uma classe de exceção for passada, será implicitamente instanciada invocando o seu construtor sem argumentos:

raise ValueError  # abreviação para 'raise ValueError()'

Caso você precise determinar se uma exceção foi levantada ou não, mas não quer manipular o erro, uma forma simples de instrução raise permite que você levante-a novamente:

>>> try:
...     raise NameError('Olá')
... except NameError:
...     print('Uma exceção passou por aqui!')
...     raise
...
Uma exceção passou por aqui!
Traceback (most recent call last):
  File "<stdin>", line 2, in <module>
    raise NameError('Olá')
NameError: Olá

8.5. Encadeamento de exceções

Se uma exceção não tratada ocorrer dentro de uma seção except, ela terá a exceção sendo tratada anexada a ela e incluída na mensagem de erro:

>>> try:
...     open("database.sqlite")
... except OSError:
...     raise RuntimeError("unable to handle error")
...
Traceback (most recent call last):
  File "<stdin>", line 2, in <module>
    open("database.sqlite")
    ~~~~^^^^^^^^^^^^^^^^^^^
FileNotFoundError: [Errno 2] No such file or directory: 'database.sqlite'

During handling of the above exception, another exception occurred:

Traceback (most recent call last):
  File "<stdin>", line 4, in <module>
    raise RuntimeError("unable to handle error")
RuntimeError: unable to handle error

Para indicar que uma exceção é uma consequência direta de outra, a instrução raise permite uma cláusula opcional from:

# exc deve ser uma instância de exceção ou None.
raise RuntimeError from exc

Isso pode ser útil quando você está transformando exceções. Por exemplo:

>>> def func():
...     raise ConnectionError
...
>>> try:
...     func()
... except ConnectionError as exc:
...     raise RuntimeError('Failed to open database') from exc
...
Traceback (most recent call last):
  File "<stdin>", line 2, in <module>
    func()
    ~~~~^^
  File "<stdin>", line 2, in func
ConnectionError

The above exception was the direct cause of the following exception:

Traceback (most recent call last):
  File "<stdin>", line 4, in <module>
    raise RuntimeError('Failed to open database') from exc
RuntimeError: Failed to open database

Ele também permite desabilitar o encadeamento automático de exceções usando o idioma from None:

>>> try:
...     open('bancodedados.sqlite')
... except OSError:
...     raise RuntimeError from None
...
Traceback (most recent call last):
  File "<stdin>", line 4, in <module>
    raise RuntimeError from None
RuntimeError

Para mais informações sobre os mecanismos de encadeamento, veja Exceções embutidas.

8.6. Exceções definidas pelo usuário

Programas podem definir novos tipos de exceções, através da criação de uma nova classe (veja Classes para mais informações sobre classes Python). Exceções devem ser derivadas da classe Exception, direta ou indiretamente.

As classes de exceção podem ser definidas para fazer qualquer coisa que qualquer outra classe pode fazer, mas geralmente são mantidas simples, geralmente oferecendo apenas um número de atributos que permitem que informações sobre o erro sejam extraídas por manipuladores para a exceção.

É comum que novas exceções sejam definidas com nomes terminando em “Error”, semelhante a muitas exceções embutidas.

Muitos módulos padrão definem suas próprias exceções para relatar erros que podem ocorrer nas funções que definem.

8.7. Definindo ações de limpeza

A instrução try possui outra cláusula opcional, cuja finalidade é permitir a implementação de ações de limpeza, que sempre devem ser executadas independentemente da ocorrência de exceções. Como no exemplo:

>>> try:
...     raise KeyboardInterrupt
... finally:
...     print('Adeus, mundo!')
...
Adeus, mundo!
Traceback (most recent call last):
  File "<stdin>", line 2, in <module>
    raise KeyboardInterrupt
KeyboardInterrupt

Se uma cláusula finally estiver presente, a cláusula finally será executada como a última tarefa antes da conclusão da instrução try. A cláusula finally executa se a instrução try produz uma exceção. Os pontos a seguir discutem casos mais complexos quando ocorre uma exceção:

  • Se ocorrer uma exceção durante a execução da cláusula try, a exceção poderá ser tratada por uma cláusula except. Se a exceção não for tratada por uma cláusula except, a exceção será gerada novamente após a execução da cláusula finally.

  • Uma exceção pode ocorrer durante a execução de uma cláusula except ou else. Novamente, a exceção é re-levantada depois que finally é executada.

  • Se a cláusula finally executa uma instrução break, continue ou return, as exceções não são levantadas novamente.

  • Se a instrução try atingir uma instrução break, continue ou return, a cláusula finally será executada imediatamente antes da execução da instrução break, continue ou return.

  • Se uma cláusula finally incluir uma instrução return, o valor retornado será aquele da instrução return da cláusula finally, não o valor da instrução return da cláusula try.

Por exemplo:

>>> def retorna_booleano():
...     try:
...         return True
...     finally:
...         return False
...
>>> retorna_booleano()
False

Um exemplo mais complicado:

>>> def divide(x, y):
...     try:
...         result = x / y
...     except ZeroDivisionError:
...         print("division by zero!")
...     else:
...         print("result is", result)
...     finally:
...         print("executing finally clause")
...
>>> divide(2, 1)
result is 2.0
executing finally clause
>>> divide(2, 0)
division by zero!
executing finally clause
>>> divide("2", "1")
executing finally clause
Traceback (most recent call last):
  File "<stdin>", line 1, in <module>
    divide("2", "1")
    ~~~~~~^^^^^^^^^^
  File "<stdin>", line 3, in divide
    result = x / y
             ~~^~~
TypeError: unsupported operand type(s) for /: 'str' and 'str'

Como você pode ver, a cláusula finally é executada em todos os casos. A exceção TypeError levantada pela divisão de duas strings não é tratada pela cláusula except e portanto é re-levantada depois que a cláusula finally é executada.

Em aplicação do mundo real, a cláusula finally é útil para liberar recursos externos (como arquivos ou conexões de rede), independentemente do uso do recurso ter sido bem sucedido ou não.

8.8. Ações de limpeza predefinidas

Alguns objetos definem ações de limpeza padrões para serem executadas quando o objeto não é mais necessário, independentemente da operação que estava usando o objeto ter sido ou não bem sucedida. Veja o exemplo a seguir, que tenta abrir um arquivo e exibir seu conteúdo na tela.

for linha in open("meuarquivo.txt"):
    print(linha, end="")

O problema com esse código é que ele deixa o arquivo aberto um período indeterminado depois que o código é executado. Isso não chega a ser problema em scripts simples, mas pode ser um problema para grandes aplicações. A palavra reservada with permite que objetos como arquivos sejam utilizados com a certeza de que sempre serão prontamente e corretamente finalizados.

with open("meuarquivo.txt") as f:
    for linha in f:
        print(linha, end="")

Depois que a instrução é executada, o arquivo f é sempre fechado, mesmo se ocorrer um problema durante o processamento das linhas. Outros objetos que, como arquivos, fornecem ações de limpeza predefinidas as indicarão em suas documentações.

8.9. Criando e tratando várias exceções não relacionadas

Existem situações em que é necessário relatar várias exceções que ocorreram. Isso geralmente ocorre em estruturas de simultaneidade, quando várias tarefas podem ter falhado em paralelo, mas também há outros casos de uso em que é desejável continuar a execução e coletar vários erros em vez de levantar a primeira exceção.

O ExceptionGroup integrado envolve uma lista de instâncias de exceção para que elas possam ser levantadas juntas. É uma exceção em si, portanto, pode ser capturada como qualquer outra exceção.

>>> def f():
...     excs = [OSError('error 1'), SystemError('error 2')]
...     raise ExceptionGroup('houve problemas', excs)
...
>>> f()
  + Exception Group Traceback (most recent call last):
  |   File "<stdin>", line 1, in <module>
  |     f()
  |     ~^^
  |   File "<stdin>", line 3, in f
  | ExceptionGroup: houve problemas (2 sub-exceptions)
  +-+---------------- 1 ----------------
    | OSError: error 1
    +---------------- 2 ----------------
    | SystemError: error 2
    +------------------------------------
>>> try:
...     f()
... except Exception as e:
...     print(f'capturada {type(e)}: e')
...
capturada <class 'ExceptionGroup'>: e
>>>

Usando except* em vez de except, podemos manipular seletivamente apenas as exceções no grupo que correspondem a um determinado tipo. No exemplo a seguir, que mostra um grupo de exceção aninhado, cada cláusula except* extrai do grupo exceções de um certo tipo enquanto permite que todas as outras exceções se propaguem para outras cláusulas e eventualmente sejam levantadas novamente.

>>> def f():
...     raise ExceptionGroup(
...         "group1",
...         [
...             OSError(1),
...             SystemError(2),
...             ExceptionGroup(
...                 "group2",
...                 [
...                     OSError(3),
...                     RecursionError(4)
...                 ]
...             )
...         ]
...     )
...
>>> try:
...     f()
... except* OSError as e:
...     print("Houve OSErrors")
... except* SystemError as e:
...     print("Houve SystemErrors")
...
Houve OSErrors
Houve SystemErrors
  + Exception Group Traceback (most recent call last):
  |   File "<stdin>", line 2, in <module>
  |     f()
  |     ~^^
  |   File "<stdin>", line 2, in f
  |     raise ExceptionGroup(
  |     ...<12 lines>...
  |     )
  | ExceptionGroup: group1
  +-+---------------- 1 ----------------
    | ExceptionGroup: group2
    +-+---------------- 1 ----------------
      | RecursionError: 4
      +------------------------------------
>>>

Observe que as exceções aninhadas em um grupo de exceções devem ser instâncias, não tipos. Isso ocorre porque, na prática, as exceções normalmente seriam aquelas que já foram levantadas e capturadas pelo programa, seguindo o seguinte padrão:

>>> excs = []
... for test in tests:
...     try:
...         test.run()
...     except Exception as e:
...         excs.append(e)
...
>>> if excs:
...    raise ExceptionGroup("Falhas no teste", excs)
...

8.10. Enriquecendo exceções com notas

Quando uma exceção é criada para ser levantada, geralmente é inicializada com informações que descrevem o erro ocorrido. Há casos em que é útil adicionar informações após a captura da exceção. Para este propósito, as exceções possuem um método add_note(note) que aceita uma string e a adiciona à lista de notas da exceção. A renderização de traceback padrão inclui todas as notas, na ordem em que foram adicionadas, após a exceção.

>>> try:
...     raise TypeError('tipo inválido')
... except Exception as e:
...     e.add_note('Adiciona algumas informações')
...     e.add_note('Adiciona mais algumas informações')
...     raise
...
Traceback (most recent call last):
  File "<stdin>", line 2, in <module>
    raise TypeError('tipo inválido')
TypeError: tipo inválido
Adiciona algumas informações
Adiciona mais algumas informações
>>>

Por exemplo, ao coletar exceções em um grupo de exceções, podemos querer adicionar informações de contexto para os erros individuais. A seguir, cada exceção no grupo tem uma nota indicando quando esse erro ocorreu.

>>> def f():
...     raise OSError('operação falhou')
...
>>> excs = []
>>> for i in range(3):
...     try:
...         f()
...     except Exception as e:
...         e.add_note(f'Aconteceu na iteração {i+1}')
...         excs.append(e)
...
>>> raise ExceptionGroup('Nós temos alguns problemas', excs)
  + Exception Group Traceback (most recent call last):
  |   File "<stdin>", line 1, in <module>
  |     raise ExceptionGroup('Nós temos alguns problemas', excs)
  | ExceptionGroup: Nós temos alguns problemas (3 sub-exceptions)
  +-+---------------- 1 ----------------
    | Traceback (most recent call last):
    |   File "<stdin>", line 3, in <module>
    |     f()
    |     ~^^
    |   File "<stdin>", line 2, in f
    |     raise OSError('operação falhou')
    | OSError: operação falhou
    | Aconteceu na iteração 1
    +---------------- 2 ----------------
    | Traceback (most recent call last):
    |   File "<stdin>", line 3, in <module>
    |     f()
    |     ~^^
    |   File "<stdin>", line 2, in f
    |     raise OSError('operação falhou')
    | OSError: operação falhou
    | Aconteceu na iteração 2
    +---------------- 3 ----------------
    | Traceback (most recent call last):
    |   File "<stdin>", line 3, in <module>
    |     f()
    |     ~^^
    |   File "<stdin>", line 2, in f
    |     raise OSError('operação falhou')
    | OSError: operação falhou
    | Aconteceu na iteração 3
    +------------------------------------
>>>