8. Instruções compostas

Instruções compostas contém (grupos de) outras instruções; Elas afetam ou controlam a execução dessas outras instruções de alguma maneira. Em geral, instruções compostas abrangem múltiplas linhas, no entanto em algumas manifestações simples uma instrução composta inteira pode estar contida em uma linha.

As instruções if, while e for implementam construções tradicionais de controle do fluxo de execução. try especifica tratadores de exceção e/ou código de limpeza para uma instrução ou grupo de instruções, enquanto a palavra reservada with permite a execução de código de inicialização e finalização em volta de um bloco de código. Definições de função e classe também são sintaticamente instruções compostas.

Uma instrução composta consiste em uma ou mais “cláusulas”. Uma cláusula consiste em um cabeçalho e um “conjunto”. Os cabeçalhos das cláusulas de uma instrução composta específica estão todos no mesmo nível de indentação. Cada cabeçalho de cláusula começa com uma palavra reservada de identificação exclusiva e termina com dois pontos. Um conjunto é um grupo de instruções controladas por uma cláusula. Um conjunto pode ser uma ou mais instruções simples separadas por ponto e vírgula na mesma linha do cabeçalho, após os dois pontos do cabeçalho, ou pode ser uma ou mais instruções indentadas nas linhas subsequentes. Somente a última forma de conjunto pode conter instruções compostas aninhadas; o seguinte é ilegal, principalmente porque não ficaria claro a qual cláusula if a seguinte cláusula else pertenceria:

if test1: if test2: print(x)

Observe também que o ponto e vírgula é mais vinculado que os dois pontos neste contexto, de modo que no exemplo a seguir, todas ou nenhuma das chamadas print() são executadas:

if x < y < z: print(x); print(y); print(z)

Resumindo:

compound_stmt ::=  if_stmt
                   | while_stmt
                   | for_stmt
                   | try_stmt
                   | with_stmt
                   | match_stmt
                   | funcdef
                   | classdef
                   | async_with_stmt
                   | async_for_stmt
                   | async_funcdef
suite         ::=  stmt_list NEWLINE | NEWLINE INDENT statement+ DEDENT
statement     ::=  stmt_list NEWLINE | compound_stmt
stmt_list     ::=  simple_stmt (";" simple_stmt)* [";"]

Note que instruções sempre terminam em uma NEWLINE possivelmente seguida por uma DEDENT. Note também que cláusulas opcionais de continuação sempre começam com uma palavra reservada que não pode iniciar uma instrução, desta forma não há ambiguidades (o problema do “else pendurado” é resolvido em Python obrigando que instruções if aninhadas tenham indentação)

A formatação das regras de gramática nas próximas seções põe cada cláusula em uma linha separada para as tornar mais claras.

8.1. A instrução if

A instrução if é usada para execução condicional:

if_stmt ::=  "if" assignment_expression ":" suite
             ("elif" assignment_expression ":" suite)*
             ["else" ":" suite]

Ele seleciona exatamente um dos conjuntos avaliando as expressões uma por uma até que uma seja considerada verdadeira (veja a seção Operações booleanas para a definição de verdadeiro e falso); então esse conjunto é executado (e nenhuma outra parte da instrução if é executada ou avaliada). Se todas as expressões forem falsas, o conjunto da cláusula else, se presente, é executado.

8.2. A instrução while

A instrução while é usada para execução repetida desde que uma expressão seja verdadeira:

while_stmt ::=  "while" assignment_expression ":" suite
                ["else" ":" suite]

Isto testa repetidamente a expressão e, se for verdadeira, executa o primeiro conjunto; se a expressão for falsa (o que pode ser a primeira vez que ela é testada) o conjunto da cláusula else, se presente, é executado e o laço termina.

Uma instrução break executada no primeiro conjunto termina o loop sem executar o conjunto da cláusula else. Uma instrução continue executada no primeiro conjunto ignora o resto do conjunto e volta a testar a expressão.

8.3. A instrução for

A instrução for é usada para iterar sobre os elementos de uma sequência (como uma string, tupla ou lista) ou outro objeto iterável:

for_stmt ::=  "for" target_list "in" starred_list ":" suite
              ["else" ":" suite]

A expressão starred_list é avaliada uma vez; deve produzir um objeto iterável. Um iterador é criado para esse iterável. O primeiro item fornecido pelo iterador é então atribuído à lista de alvos usando as regras padrão para atribuições (veja Instruções de atribuição), e o conjunto é executado. Isso se repete para cada item fornecido pelo iterador. Quando o iterador se esgota, o conjunto na cláusula else, se presente, é executado e o loop termina.

Uma instrução break executada no primeiro conjunto termina o loop sem executar o conjunto da cláusula else. Uma instrução continue executada no primeiro conjunto pula o resto do conjunto e continua com o próximo item, ou com a cláusula else se não houver próximo item.

O laço for faz atribuições às variáveis na lista de destino. Isso substitui todas as atribuições anteriores a essas variáveis, incluindo aquelas feitas no conjunto do laço for:

for i in range(10):
    print(i)
    i = 5             # não afeta o laço for, porque i será
                      # substituída pelo índice seguinte no range

Os nomes na lista de destinos não são excluídos quando o laço termina, mas se a sequência estiver vazia, eles não serão atribuídos pelo laço. Dica: o tipo embutido range() representa sequências aritméticas imutáveis de inteiros. Por exemplo, iterar range(3) sucessivamente produz 0, 1 e depois 2.

Alterado na versão 3.11: Elementos marcados com estrela agora são permitidos na lista de expressões.

8.4. A instrução try

A instrução try especifica manipuladores de exceção e/ou código de limpeza para um grupo de instruções:

try_stmt  ::=  try1_stmt | try2_stmt | try3_stmt
try1_stmt ::=  "try" ":" suite
               ("except" [expression ["as" identifier]] ":" suite)+
               ["else" ":" suite]
               ["finally" ":" suite]
try2_stmt ::=  "try" ":" suite
               ("except" "*" expression ["as" identifier] ":" suite)+
               ["else" ":" suite]
               ["finally" ":" suite]
try3_stmt ::=  "try" ":" suite
               "finally" ":" suite

Informações adicionais sobre exceções podem ser encontradas na seção Exceções, e informações sobre como usar a instrução raise para gerar exceções podem ser encontradas na seção A instrução raise.

8.4.1. Cláusula except

As cláusulas except especificam um ou mais manipuladores de exceção. Quando nenhuma exceção ocorre na cláusula try, nenhum manipulador de exceção é executado. Quando uma exceção ocorre no conjunto try, uma busca por um manipulador de exceção é iniciada. Essa busca inspeciona as cláusulas except por vez até que uma seja encontrada que corresponda à exceção. Uma cláusula except sem expressão, se presente, deve ser a última; ela corresponde a qualquer exceção.

Para uma cláusula except com uma expressão, a expressão deve ser avaliada como um tipo de exceção ou uma tupla de tipos de exceção. A exceção levantada corresponde a uma cláusula except cuja expressão é avaliada como a classe ou uma classe base não virtual do objeto exceção, ou como uma tupla que contém tal classe.

Se nenhuma cláusula except corresponder à exceção, a busca por um manipulador de exceção continua no código circundante e na pilha de invocação. [1]

Se a avaliação de uma expressão no cabeçalho de uma cláusula except levantar uma exceção, a busca original por um manipulador será cancelada e uma busca pela nova exceção será iniciada no código circundante e na pilha de chamadas (ela é tratado como se toda a instrução try levantasse a exceção).

Quando uma cláusula except correspondente é encontrada, a exceção é atribuída ao destino especificado após a palavra reservada as nessa cláusula except, se presente, e o conjunto da cláusula except é executado. Todas as cláusulas except devem ter um bloco executável. Quando o final deste bloco é atingido, a execução continua normalmente após toda a instrução try. (Isso significa que se existirem dois manipuladores aninhados para a mesma exceção, e a exceção ocorrer na cláusula try do manipulador interno, o manipulador externo não tratará a exceção.)

Quando uma exceção foi atribuída usando as target, ela é limpa no final da cláusula except. É como se

except E as N:
    foo

fosse traduzido para

except E as N:
    try:
        foo
    finally:
        del N

Isso significa que a exceção deve ser atribuída a um nome diferente para poder referenciá-la após a cláusula except. As exceções são limpas porque, com o traceback (situação da pilha de execução) anexado a elas, elas formam um ciclo de referência com o quadro de pilha, mantendo todos os locais nesse quadro vivos até que ocorra a próxima coleta de lixo.

Antes de um conjunto de cláusulas except ser executado, a exceção é armazenada no módulo sys, onde pode ser acessada de dentro do corpo da cláusula except chamando sys.exception(). Ao sair de um manipulador de exceções, a exceção armazenada no módulo sys é redefinida para seu valor anterior:

>>> print(sys.exception())
None
>>> try:
...     raise TypeError
... except:
...     print(repr(sys.exception()))
...     try:
...          raise ValueError
...     except:
...         print(repr(sys.exception()))
...     print(repr(sys.exception()))
...
TypeError()
ValueError()
TypeError()
>>> print(sys.exception())
None

8.4.2. Cláusula except*

As cláusulas except* são usadas para manipular ExceptionGroups. O tipo de exceção para correspondência é interpretado como no caso de except, mas no caso de grupos de exceção, podemos ter correspondências parciais quando o tipo corresponde a algumas das exceções no grupo. Isso significa que várias cláusulas except* podem ser executadas, cada uma manipulando parte do grupo de exceções. Cada cláusula é executada no máximo uma vez e manipula um grupo de exceções de todas as exceções correspondentes. Cada exceção no grupo é manipulada por no máximo uma cláusula except*, a primeira que corresponde a ela.

>>> try:
...     raise ExceptionGroup("eg",
...         [ValueError(1), TypeError(2), OSError(3), OSError(4)])
... except* TypeError as e:
...     print(f'caught {type(e)} with nested {e.exceptions}')
... except* OSError as e:
...     print(f'caught {type(e)} with nested {e.exceptions}')
...
caught <class 'ExceptionGroup'> with nested (TypeError(2),)
caught <class 'ExceptionGroup'> with nested (OSError(3), OSError(4))
  + Exception Group Traceback (most recent call last):
  |   File "<stdin>", line 2, in <module>
  | ExceptionGroup: eg
  +-+---------------- 1 ----------------
    | ValueError: 1
    +------------------------------------

Quaisquer exceções restantes que não foram manipuladas por nenhuma cláusula except* são levantadas novamente no final, junto com todas as exceções que foram levantadas de dentro das cláusulas except*. Se esta lista contiver mais de uma exceção para levantar novamente, elas serão combinadas em um grupo de exceções.

Se a exceção levantada não for um grupo de exceções e seu tipo corresponder a uma das cláusulas except*, ela será capturada e encapsulada por um grupo de exceções com uma string de mensagem vazia.

>>> try:
...     raise BlockingIOError
... except* BlockingIOError as e:
...     print(repr(e))
...
ExceptionGroup('', (BlockingIOError()))

Uma cláusula except* deve ter uma expressão correspondente; não pode ser except*:. Além disso, essa expressão não pode conter tipos de grupo de exceção, porque isso teria semântica ambígua.

Não é possível misturar except e except* no mesmo try. break, continue e return não pode aparecer em uma cláusula except*.

8.4.3. Cláusula else

A cláusula opcional else é executada se o fluxo de controle deixar o conjunto try, nenhuma exceção foi levantada e nenhuma instrução return, continue ou break foi executada. Exceções na cláusula else não são manipuladas pelas cláusulas except precedentes.

8.4.4. Cláusula finally

Se finally estiver presente, especifica um manipulador de “limpeza”. A cláusula try é executada, incluindo quaisquer cláusulas except e else. Se uma exceção ocorrer em qualquer uma das cláusulas e não for manipulada, a exceção será salva temporariamente. A cláusula finally é executada. Se houver uma exceção salva, ela será levantada novamente no final da cláusula finally. Se a cláusula finally levantar outra exceção, a exceção salva será definida como o contexto da nova exceção. Se a cláusula finally executar uma instrução return, break ou continue, a exceção salva será descartada:

>>> def f():
...     try:
...         1/0
...     finally:
...         return 42
...
>>> f()
42

As informações de exceção não estão disponíveis para o programa durante a execução da cláusula finally.

Quando uma instrução return, break ou continue é executada no conjunto try de uma instrução tryfinally, a cláusula finally também é executada “na saída”.

O valor de retorno de uma função é determinado pela última instrução return executada. Como a cláusula finally sempre é executada, uma instrução return executada na cláusula finally sempre será a última executada:

>>> def foo():
...     try:
...         return 'try'
...     finally:
...         return 'finally'
...
>>> foo()
'finally'

Alterado na versão 3.8: Antes do Python 3.8, uma instrução continue era ilegal na cláusula finally devido a um problema com a implementação.

8.5. A instrução with

A instrução with é usada para envolver em um invólucro a execução de um bloco com métodos definidos por um gerenciador de contexto (veja a seção Gerenciadores de contexto da instrução with). Isso permite que padrões comuns de uso de tryexceptfinally sejam encapsulados para reutilização conveniente.

with_stmt          ::=  "with" ( "(" with_stmt_contents ","? ")" | with_stmt_contents ) ":" suite
with_stmt_contents ::=  with_item ("," with_item)*
with_item          ::=  expression ["as" target]

A execução da instrução with com um “item” ocorre da seguinte maneira:

  1. A expressão de contexto (a expressão fornecida em with_item) é avaliada para obter um gerenciador de contexto.

  2. O __enter__() do gerenciador de contexto é carregado para uso posterior.

  3. O __exit__() do gerenciador de contexto é carregado para uso posterior.

  4. O método __enter__() do gerenciador de contexto é invocado.

  5. Se um alvo foi incluído na instrução with, o valor de retorno de __enter__() é atribuído a ele.

    Nota

    A instrução with garante que se o método __enter__() retornar sem um erro, então __exit__() sempre será chamado. Assim, se ocorrer um erro durante a atribuição à lista de alvos, ele será tratado da mesma forma que um erro ocorrendo dentro do conjunto seria. Veja a etapa 7 abaixo.

  6. O conjunto é executado.

  7. O método __exit__() do gerenciador de contexto é invocado. Se uma exceção fez com que o conjunto fosse encerrado, seu tipo, valor e traceback são passados ​como argumentos para __exit__(). Caso contrário, três argumentos None são fornecidos.

    Se o conjunto foi encerrado devido a uma exceção, e o valor de retorno do método __exit__() foi falso, a exceção é levantada novamente. Se o valor de retorno era verdadeiro, a exceção é suprimida, e a execução continua com a instrução após a instrução with.

    Se o conjunto foi encerrado por qualquer motivo diferente de uma exceção, o valor de retorno de __exit__() é ignorado e a execução prossegue no local normal para o tipo de saída que foi realizada.

O seguinte código:

with EXPRESSION as TARGET:
    SUITE

é semanticamente equivalente a:

manager = (EXPRESSION)
enter = type(manager).__enter__
exit = type(manager).__exit__
value = enter(manager)
hit_except = False

try:
    TARGET = value
    SUITE
except:
    hit_except = True
    if not exit(manager, *sys.exc_info()):
        raise
finally:
    if not hit_except:
        exit(manager, None, None, None)

Com mais de um item, os gerenciadores de contexto são processados ​como se várias instruções with estivessem aninhadas:

with A() as a, B() as b:
    SUITE

é semanticamente equivalente a:

with A() as a:
    with B() as b:
        SUITE

Você também pode escrever gerenciadores de contexto multi-item em várias linhas se os itens estiverem entre parênteses. Por exemplo:

with (
    A() as a,
    B() as b,
):
    SUITE

Alterado na versão 3.1: Suporte para múltiplas expressões de contexto.

Alterado na versão 3.10: Suporte para usar parênteses de agrupamento para dividir a instrução em várias linhas.

Ver também

PEP 343 - A instrução “with”

A especificação, o histórico e os exemplos para a instrução Python with.

8.6. A instrução match

Adicionado na versão 3.10.

A instrução match é usada para correspondência de padrões. Sintaxe:

match_stmt   ::=  'match' subject_expr ":" NEWLINE INDENT case_block+ DEDENT
subject_expr ::=  star_named_expression "," star_named_expressions?
                  | named_expression
case_block   ::=  'case' patterns [guard] ":" block

Nota

Esta seção usa aspas simples para denotar palavras reservadas contextuais.

A correspondência de padrões aceita um padrão como entrada (seguindo case) e um valor de sujeito (seguindo match). O padrão (que pode conter subpadrões) é correspondido ao valor de assunto. Os resultados são:

  • Um sucesso ou falha de correspondência (também chamado de sucesso ou falha de padrão).

  • Possível vinculação de valores correspondentes a um nome. Os pré-requisitos para isso são discutidos mais adiante.

As palavras reservadas match e case são palavras reservadas contextuais.

Ver também

  • PEP 634 – Structural Pattern Matching: Specification

  • PEP 636 – Correspondência de padrões estruturais: Tutorial

8.6.1. Visão Geral

Aqui está uma visão geral do fluxo lógico de uma instrução match:

  1. A expressão de sujeito subject_expr é avaliada e um valor de sujeito resultante é obtido. Se a expressão de sujeito contiver uma vírgula, uma tupla é construída usando as regras padrão.

  2. Cada padrão em um case_block é tentado para corresponder ao valor de sujeito. As regras específicas para sucesso ou falha são descritas abaixo. A tentativa de correspondência também pode vincular alguns ou todos os nomes autônomos dentro do padrão. As regras precisas de vinculação de padrão variam por tipo de padrão e são especificadas abaixo. As vinculações de nome feitas durante uma correspondência de padrão bem-sucedida sobrevivem ao bloco executado e podem ser usadas após a instrução match.

    Nota

    Durante correspondências de padrões com falha, alguns subpadrões podem ter sucesso. Não confie em vinculações sendo feitas para uma correspondência com falha. Por outro lado, não confie em variáveis ​permanecendo inalteradas após uma correspondência com falha. O comportamento exato depende da implementação e pode variar. Esta é uma decisão intencional feita para permitir que diferentes implementações adicionem otimizações.

  3. Se o padrão for bem-sucedido, o guard correspondente (se presente) é avaliado. Neste caso, todas as vinculações de nome são garantidas como tendo acontecido.

    • Se o guard for avaliado como verdadeiro ou estiver ausente, o block dentro de case_block será executado.

    • Caso contrário, o próximo case_block será tentado conforme descrito acima.

    • Se não houver mais blocos de caso, a instrução match será concluída.

Nota

Os usuários geralmente nunca devem confiar em um padrão sendo avaliado. Dependendo da implementação, o interpretador pode armazenar valores em cache ou usar outras otimizações que pulam avaliações repetidas.

Um exemplo de instrução match:

>>> flag = False
>>> match (100, 200):
...    case (100, 300):  # Não corresponde: 200 != 300
...        print('Case 1')
...    case (100, 200) if flag:  # Corresponde com sucesso, mas o guard falha...
        print('Case 2')
...    case (100, y):  # Corresponde e vincula y a 200
...        print(f'Case 3, y: {y}')
...    case _:  # Padrão não testado
...        print('Case 4, I match anything!')
...
Case 3, y: 200

Neste caso, if flag é um guard. Leia mais sobre isso na próxima seção.

8.6.2. Guards

guard ::=  "if" named_expression

Um guard (que faz parte do case) deve ter sucesso para que o código dentro do bloco case seja executado. Ele assume a forma: if seguido por uma expressão.

O fluxo lógico de um bloco case com um guard é o seguinte:

  1. Verifique se o padrão no bloco case foi bem-sucedido. Se o padrão falhou, o guard não é avaliado e o próximo bloco case é verificado.

  2. Se o padrão for bem-sucedido, avalia o guard.

    • Se a condição guard for avaliada como verdadeira, o bloco de caso será selecionado.

    • Se a condição guard for avaliada como falsa, o bloco de caso não será selecionado.

    • Se o guard levantar uma exceção durante a avaliação, a exceção surgirá.

Guards podem ter efeitos colaterais, pois são expressões. A avaliação de guards deve prosseguir do primeiro ao último bloco de caso, um de cada vez, pulando blocos de caso cujos padrões não são todos bem-sucedidos. (Isto é, a avaliação de guardas deve acontecer em ordem.) A avaliação de guards deve parar quando um bloco de caso for selecionado.

8.6.3. Blocos irrefutáveis de case

Um bloco irrefutável de case é um bloco de case que corresponde a qualquer valor. Uma instrução match pode ter no máximo um bloco irrefutável de case, e ele deve ser o último.

Um bloco de case é considerado irrefutável se não tiver guard e seu padrão for irrefutável. Um padrão é considerado irrefutável se pudermos provar somente por sua sintaxe que ele sempre terá sucesso. Somente os seguintes padrões são irrefutáveis:

8.6.4. Padrões

Nota

Esta seção usa notações de gramática para além do padrão de EBNF:

  • a notação SEP.RULE+ é uma abreviação para RULE (SEP RULE)*

  • a notação !RULE é uma abreviação para uma asserção de negação antecipada.

Esta é a sintaxe de nível superior para patterns (padrões):

patterns       ::=  open_sequence_pattern | pattern
pattern        ::=  as_pattern | or_pattern
closed_pattern ::=  | literal_pattern
                    | capture_pattern
                    | wildcard_pattern
                    | value_pattern
                    | group_pattern
                    | sequence_pattern
                    | mapping_pattern
                    | class_pattern

As descrições abaixo incluirão uma descrição “em termos simples” de o que o padrão faz para fins ilustrativos (créditos a Raymond Hettinger pelo documento que inspirou a maioria das descrições). Note que essas descrições são puramente para fins ilustrativos, e não necessariamente refletem a implementação subjacente. Além disso, elas não cobrem todas as formas válidas.

8.6.4.1. Padrões OR

Um padrão OR é composto por dois ou mais padrões separados por barras verticais |. Sintaxe:

or_pattern ::=  "|".closed_pattern+

Somente o último subpadrão pode ser irrefutável, e cada subpadrão deve vincular o mesmo conjunto de nomes para evitar ambiguidades.

Um padrão OR testa a correspondência de cada um dos seus subpadrões, em sequência, ao valor do sujeito, até que uma delas seja bem sucedida. O padrão OR é então considerado bem sucedido. Caso contrário, se todas elas falharam, o padrão OR falhou.

Em termos simples, P1 | P2 | ... vai tentar fazer corresponder P1, se falhar vai tentar P2, declarando sucesso se houver sucesso em qualquer uma das tentativas, e falhando caso contrário.

8.6.4.2. Padrões AS

Um padrão AS corresponde a um padrão OR à esquerda da palavra reservada as de um assunto. Sintaxe:

as_pattern ::=  or_pattern "as" capture_pattern

Se o padrão OR falhar, o padrão AS falhará. Caso contrário, o padrão AS vincula o assunto ao nome à direita da palavra-chave as e obtém sucesso. capture_pattern não pode ser um _.

Em termos simples, P as NAME corresponderá a P e, em caso de sucesso, definirá NAME = <assunto>.

8.6.4.3. Padrões literais

Um padrão literal corresponde à maioria dos literais em Python. Sintaxe:

literal_pattern ::=  signed_number
                     | signed_number "+" NUMBER
                     | signed_number "-" NUMBER
                     | strings
                     | "None"
                     | "True"
                     | "False"
signed_number   ::=  ["-"] NUMBER

A regra strings e o token NUMBER são definidos na gramática Python padrão. Strings entre aspas triplas são suportadas. Strings brutas e strings de bytes são suportadas. Literais de strings formatadas não são suportadas.

As formas signed_number '+' NUMBER e signed_number '-' NUMBER são para expressar números complexos; elas requerem um número real à esquerda e um número imaginário à direita. Por exemplo, 3 + 4j.

Em termos simples, LITERAL terá sucesso somente se <assunto> == LITERAL. Para os singletons None, True e False, o operador is é usado.

8.6.4.4. Padrões de captura

Um padrão de captura vincula o valor do assunto a um nome. Sintaxe:

capture_pattern ::=  !'_' NAME

Um único sublinhado _ não é um padrão de captura (é o que !'_' expressa). Em vez disso, ele é tratado como um wildcard_pattern.

Em um determinado padrão, um determinado nome só pode ser vinculado uma vez. Por exemplo, case x, x: ... é inválido enquanto case [x] | x: ... é permitido.

Os padrões de captura sempre são bem-sucedidos. A vinculação segue regras de escopo estabelecidas pelo operador de expressão de atribuição na PEP 572; o nome se torna uma variável local no escopo de função de contenção mais próximo, a menos que haja uma instrução global ou nonlocal aplicável.

Em termos simples, NAME sempre terá sucesso e definirá NAME = <assunto>.

8.6.4.5. Padrões curingas

Um padrão curinga sempre tem sucesso (corresponde a qualquer coisa) e não vincula nenhum nome. Sintaxe:

wildcard_pattern ::=  '_'

_ é uma palavra reservada contextual dentro de qualquer padrão, mas somente dentro de padrões. É um identificador, como de costume, mesmo dentro de expressões de assunto matchs, guards e blocos case.

Em termos simples, _ sempre terá sucesso.

8.6.4.6. Padrões de valor

Um padrão de valor representa um valor nomeado em Python. Sintaxe:

value_pattern ::=  attr
attr          ::=  name_or_attr "." NAME
name_or_attr  ::=  attr | NAME

O nome pontilhado no padrão é pesquisado usando as regras de resolução de nomes padrão do Python. O padrão é bem-sucedido se o valor encontrado for comparado igual ao valor do assunto (usando o operador de igualdade ==).

Em termos simples, NAME1.NAME2 terá sucesso somente se <assunto> == NAME1.NAME2

Nota

Se o mesmo valor ocorrer várias vezes na mesma instrução match, o interpretador pode armazenar em cache o primeiro valor encontrado e reutilizá-lo em vez de repetir a mesma pesquisa. Esse cache é estritamente vinculado a uma determinada execução de uma determinada instrução match.

8.6.4.7. Padrões de grupo

Um padrão de grupo permite que os usuários adicionem parênteses em torno de padrões para enfatizar o agrupamento pretendido. Caso contrário, não há sintaxe adicional. Sintaxe:

group_pattern ::=  "(" pattern ")"

Em termos simples, (P) tem o mesmo efeito que P.

8.6.4.8. Padrões de sequência

Um padrão de sequência contém vários subpadrões a serem correspondidos com elementos de sequência. A sintaxe é similar ao desempacotamento de uma lista ou tupla.

sequence_pattern       ::=  "[" [maybe_sequence_pattern] "]"
                            | "(" [open_sequence_pattern] ")"
open_sequence_pattern  ::=  maybe_star_pattern "," [maybe_sequence_pattern]
maybe_sequence_pattern ::=  ",".maybe_star_pattern+ ","?
maybe_star_pattern     ::=  star_pattern | pattern
star_pattern           ::=  "*" (capture_pattern | wildcard_pattern)

Não há diferença se parênteses ou colchetes são usados ​​para padrões de sequência (por exemplo, (...) vs [...]).

Nota

Um único padrão entre parênteses sem uma vírgula final (por exemplo, (3 | 4)) é um padrão de grupo. Enquanto um único padrão entre colchetes (por exemplo, [3 | 4]) ainda é um padrão de sequência.

No máximo um subpadrão de estrela pode estar em um padrão de sequência. O subpadrão de estrela pode ocorrer em qualquer posição. Se nenhum subpadrão de estrela estiver presente, o padrão de sequência é um padrão de sequência de comprimento fixo; caso contrário, é um padrão de sequência de comprimento variável.

A seguir está o fluxo lógico para corresponder um padrão de sequência com um valor de assunto:

  1. Se o valor do assunto não for uma sequência [2], o padrão de sequência falhará.

  2. Se o valor do assunto for uma instância de str, bytes ou bytearray, o padrão de sequência falhará.

  3. As etapas subsequentes dependem se o padrão de sequência é fixo ou de comprimento variável.

    Se o padrão de sequência for de comprimento fixo:

    1. Se o comprimento da sequência do assunto não for igual ao número de subpadrões, o padrão da sequência falha

    2. Subpadrões no padrão de sequência são correspondidos aos seus itens correspondentes na sequência de assunto da esquerda para a direita. A correspondência para assim que um subpadrão falha. Se todos os subpadrões tiverem sucesso em corresponder ao seu item correspondente, o padrão de sequência é bem-sucedido.

    Caso contrário, se o padrão de sequência for de comprimento variável:

    1. Se o comprimento da sequência do assunto for menor que o número de subpadrões não-estrela, o padrão da sequência falha.

    2. Os principais subpadrões não estelares são correspondidos aos seus itens correspondentes, como nas sequências de comprimento fixo.

    3. Se a etapa anterior for bem-sucedida, o subpadrão estrela corresponde a uma lista formada pelos itens de assunto restantes, excluindo os itens restantes correspondentes aos subpadrões não-estrela que seguem o subpadrão estrela.

    4. Os subpadrões não-estrela restantes são correspondidos aos seus itens de assunto correspondentes, como em uma sequência de comprimento fixo.

    Nota

    O comprimento da sequência de assunto é obtido via len() (ou seja, via protocolo __len__()). Esse comprimento pode ser armazenado em cache pelo interpretador de forma similar a padrões de valor.

Em termos simples, [P1, P2, P3,, P<N>] corresponde somente se tudo o seguinte acontecer:

  • verifica se <subject> é uma sequência

  • len(subject) == <N>

  • P1 corresponde a <subject>[0] (observe que esta correspondência também pode vincular nomes)

  • P2 corresponde a <subject>[1] (observe que esta correspondência também pode vincular nomes)

  • … e assim por diante para o padrão/elemento correspondente.

8.6.4.9. Padrões de mapeamento

Um padrão de mapeamento contém um ou mais padrões de chave-valor. A sintaxe é similar à construção de um dicionário. Sintaxe:

mapping_pattern     ::=  "{" [items_pattern] "}"
items_pattern       ::=  ",".key_value_pattern+ ","?
key_value_pattern   ::=  (literal_pattern | value_pattern) ":" pattern
                         | double_star_pattern
double_star_pattern ::=  "**" capture_pattern

No máximo um padrão de estrela dupla pode estar em um padrão de mapeamento. O padrão de estrela dupla deve ser o último subpadrão no padrão de mapeamento.

Chaves duplicadas em padrões de mapeamento não são permitidas. Chaves literais duplicadas levantarão um SyntaxError. Duas chaves que de outra forma têm o mesmo valor levantarão ValueError em tempo de execução.

A seguir está o fluxo lógico para comparar um padrão de mapeamento com um valor de assunto:

  1. Se o valor do assunto não for um mapeamento [3], o padrão de mapeamento falhará.

  2. Se cada chave fornecida no padrão de mapeamento estiver presente no mapeamento de assunto, e o padrão para cada chave corresponder ao item correspondente do mapeamento de assunto, o padrão de mapeamento será bem-sucedido.

  3. Se chaves duplicadas forem detectadas no padrão de mapeamento, o padrão será considerado inválido. Uma exceção SyntaxError é levantada para valores literais duplicados; ou ValueError para chaves nomeadas do mesmo valor.

Nota

Os pares de chave-valor são correspondidos usando o formato de dois argumentos do método get() do assunto do mapeamento. Os pares de chave-valor correspondidos já devem estar presentes no mapeamento e não devem ser criados em tempo de uso via __missing__() ou __getitem__().

Em termos simples, {KEY1: P1, KEY2: P2, ... } corresponde somente se tudo o seguinte acontecer:

  • verifica se <assunto> é um mapeamento

  • KEY1 in <assunto>

  • P1 corresponde a <assunto>[KEY1]

  • … e assim por diante para o par KEY/elemento correspondente.

8.6.4.10. Padrões de classe

Um padrão de classe representa uma classe e seus argumentos nomeados e posicionais (se houver). Sintaxe:

class_pattern       ::=  name_or_attr "(" [pattern_arguments ","?] ")"
pattern_arguments   ::=  positional_patterns ["," keyword_patterns]
                         | keyword_patterns
positional_patterns ::=  ",".pattern+
keyword_patterns    ::=  ",".keyword_pattern+
keyword_pattern     ::=  NAME "=" pattern

O mesmo argumento nomeado não deve ser repetido em padrões de classe.

A seguir está o fluxo lógico para corresponder a um padrão de classe com um valor de assunto:

  1. Se name_or_attr não for uma instância do tipo embutido type , levanta TypeError.

  2. Se o valor do assunto não for uma instância de name_or_attr (testado via isinstance()), o padrão de classe falhará.

  3. Se nenhum argumento de padrão estiver presente, o padrão é bem-sucedido. Caso contrário, as etapas subsequentes dependem se os padrões de argumento posicional ou nomeado estão presentes.

    Para vários tipos embutidos (especificados abaixo), um único subpadrão posicional é aceito, o qual corresponderá a todo o assunto; para esses tipos, os padrões de argumentos nomeados também funcionam como para outros tipos.

    Se apenas padrões de argumentos nomeados estiverem presentes, eles serão processados ​​da seguinte forma, um por um:

    I. A palavra-chave é procurada como um atributo no assunto.

    • Se isso levantar uma exceção diferente de AttributeError, a exceção será exibida.

    • Se isso levantar AttributeError, o padrão de classe falhou.

    • Caso contrário, o subpadrão associado ao padrão de argumento nomeado é correspondido ao valor de atributo do sujeito. Se isso falhar, o padrão de classe falha; se isso for bem-sucedido, a correspondência prossegue para o próximo argumento nomeado.

    II. Se todos os padrões de argumento nomeado forem bem-sucedidos, o padrão de classe será bem-sucedido.

    Se houver algum padrão posicional presente, ele será convertido em padrões de argumento nomeado usando o atributo __match_args__ na classe name_or_attr antes da correspondência:

    I. O equivalente de getattr(cls, "__match_args__", ()) é chamado.

    • Se isso levantar uma exceção, a exceção surgirá.

    • Se o valor retornado não for uma tupla, a conversão falhará e TypeError será levantada.

    • Se houver mais padrões posicionais do que len(cls.__match_args__), TypeError será levantada.

    • Caso contrário, o padrão posicional i é convertido em um padrão de argumento nomeado usando __match_args__[i] como argumento nomeado. __match_args__[i] deve ser uma string; caso contrário, TypeError é levantada.

    • Se houver argumentos nomeados duplicados, TypeError será levantada.

    II. Uma vez que todos os padrões posicionais foram convertidos em padrões de argumentos nomeados,

    a partida prossegue como se houvesse apenas padrões de argumentos nomeados.

    Para os seguintes tipos embutidos, o tratamento de subpadrões posicionais é diferente:

    Essas classes aceitam um único argumento posicional, e o padrão ali é correspondido ao objeto inteiro em vez de um atributo. Por exemplo, int(0|1) corresponde ao valor 0, mas não ao valor 0.0.

Em termos simples, CLS(P1, attr=P2) corresponde somente se o seguinte acontecer:

  • isinstance(<assunto>, CLS)

  • converte P1 em um padrão de argumento nomeado usando CLS.__match_args__

  • Para cada argumento de palavra-chave attr=P2:

    • hasattr(<assunto>, "attr")

    • P2 corresponde a <assunto>.attr

  • … e assim por diante para o par argumento nomeado/elemento correspondente.

Ver também

  • PEP 634 – Structural Pattern Matching: Specification

  • PEP 636 – Correspondência de padrões estruturais: Tutorial

8.7. Definições de função

Uma definição de função define um objeto de função definido pelo usuário (veja a seção A hierarquia de tipos padrão):

funcdef                   ::=  [decorators] "def" funcname [type_params] "(" [parameter_list] ")"
                               ["->" expression] ":" suite
decorators                ::=  decorator+
decorator                 ::=  "@" assignment_expression NEWLINE
parameter_list            ::=  defparameter ("," defparameter)* "," "/" ["," [parameter_list_no_posonly]]
                                 | parameter_list_no_posonly
parameter_list_no_posonly ::=  defparameter ("," defparameter)* ["," [parameter_list_starargs]]
                               | parameter_list_starargs
parameter_list_starargs   ::=  "*" [star_parameter] ("," defparameter)* ["," [parameter_star_kwargs]]
                               "*" ("," defparameter)+ ["," [parameter_star_kwargs]]
                               | parameter_star_kwargs
parameter_star_kwargs     ::=  "**" parameter [","]
parameter                 ::=  identifier [":" expression]
star_parameter            ::=  identifier [":" ["*"] expression]
defparameter              ::=  parameter ["=" expression]
funcname                  ::=  identifier

Uma definição de função é uma instrução executável. Sua execução vincula o nome da função no espaço de nomes local atual a um objeto função (um invólucro em torno do código executável para a função). Este objeto função contém uma referência ao espaço de nomes global atual como o espaço de nomes global a ser usado quando a função é chamada.

A definição da função não executa o corpo da função; ela é executada somente quando a função é chamada. [4]

Uma definição de função pode ser encapsulada por uma ou mais expressões decoradoras. Expressões decoradoras são avaliadas quando a função é definida, no escopo que contém a definição da função. O resultado deve ser um chamável, que é invocado com o objeto de função como o único argumento. O valor retornado é vinculado ao nome da função em vez do objeto de função. Vários decoradores são aplicados de forma aninhada. Por exemplo, o código a seguir

@f1(arg)
@f2
def func(): pass

é aproximadamente equivalente a

def func(): pass
func = f1(arg)(f2(func))

exceto que a função original não está temporariamente vinculada ao nome func.

Alterado na versão 3.9: Funções podem ser decoradas com qualquer assignment_expression válida. Anteriormente, a gramática era muito mais restritiva; veja PEP 614 para detalhes.

Uma lista de parâmetros de tipo pode ser dada entre colchetes entre o nome da função e o parêntese de abertura para sua lista de parâmetros. Isso indica aos verificadores de tipo estático que a função é genérica. Em tempo de execução, os parâmetros de tipo podem ser recuperados do atributo __type_params__ da função. Veja Generic functions para mais.

Alterado na versão 3.12: Listas de parâmetros de tipo são novas no Python 3.12.

Quando um ou mais parâmetros têm a forma parameter = expression, diz-se que a função tem “valores de parâmetro padrão”. Para um parâmetro com um valor padrão, o argumento correspondente pode ser omitido de uma chamada, em cujo caso o valor padrão do parâmetro é substituído. Se um parâmetro tiver um valor padrão, todos os parâmetros seguintes até “*” também devem ter um valor padrão — esta é uma restrição sintática que não é expressa pela gramática.

Os valores de parâmetro padrão são avaliados da esquerda para a direita quando a definição da função é executada. Isso significa que a expressão é avaliada uma vez, quando a função é definida, e que o mesmo valor “pré-calculado” é usado para cada chamada. Isso é especialmente importante para entender quando um valor de parâmetro padrão é um objeto mutável, como uma lista ou um dicionário: se a função modifica o objeto (por exemplo, anexando um item a uma lista), o valor de parâmetro padrão é efetivamente modificado. Isso geralmente não é o que se pretendia. Uma maneira de contornar isso é usar None como o padrão e testá-lo explicitamente no corpo da função, por exemplo:

def whats_on_the_telly(penguin=None):
    if penguin is None:
        penguin = []
    penguin.append("property of the zoo")
    return penguin

A semântica de chamada de função é descrita em mais detalhes na seção Chamadas. Uma chamada de função sempre atribui valores a todos os parâmetros mencionados na lista de parâmetros, seja de argumentos posicionais, de argumentos nomeados ou de valores padrão. Se o formato “*identifier” estiver presente, ele será inicializado para uma tupla que recebe quaisquer parâmetros posicionais excedentes, padronizando para a tupla vazia. Se o formato “**identifier” estiver presente, ele será inicializado para um novo mapeamento ordenado que recebe quaisquer argumentos nomeados excedentes, padronizando para um novo mapeamento vazio do mesmo tipo. Parâmetros após “*” ou “*identifier” são parâmetros somente-nomeados e podem ser passados ​​somente por argumentos nomeados. Parâmetros antes de “/” são parâmetros somente-posicionais e podem ser passados ​​somente por argumentos posicionais.

Alterado na versão 3.8: A sintaxe do parâmetro de função / pode ser usada para indicar parâmetros somente-posicionais. Veja a PEP 570 para detalhes.

Parameters may have an annotation of the form “: expression” following the parameter name. Any parameter may have an annotation, even those of the form *identifier or **identifier. (As a special case, parameters of the form *identifier may have an annotation “: *expression”.) Functions may have “return” annotation of the form “-> expression” after the parameter list. These annotations can be any valid Python expression. The presence of annotations does not change the semantics of a function. See Annotations for more information on annotations.

Alterado na versão 3.11: Parâmetros do formato “*identificador” podem ter uma anotação “: *expressão”. Veja PEP 646.

Também é possível criar funções anônimas (funções não vinculadas a um nome), para uso imediato em expressões. Isso usa expressões lambda, descritas na seção Lambdas. Observe que a expressão lambda é meramente uma abreviação para uma definição de função simplificada; uma função definida em uma instrução “def” pode ser passada adiante ou atribuída a outro nome, assim como uma função definida por uma expressão lambda. O formato “def” é, na verdade, mais poderoso, pois permite a execução de várias instruções e anotações.

Nota do programador: Funções são objetos de primeira classe. Uma instrução “def” executada dentro de uma definição de função define uma função local que pode ser retornada ou passada adiante. Variáveis livres usadas na função aninhada podem acessar as variáveis locais da função que contém o “def”. Veja a seção Nomeação e ligação para detalhes.

Ver também

PEP 3107 - Anotações de função

A especificação original para anotações de funções.

PEP 484 - Dicas de tipo

Definição de um significado padrão para anotações: dicas de tipo.

PEP 526 - Sintaxe para anotações de variáveis

Capacidade de fornecer dica de tipo para declarações de variáveis, incluindo variáveis ​​de classe e variáveis ​​de instância.

PEP 563 - Avaliação postergada de anotações

Suporte para referências futuras dentro de anotações, preservando anotações em um formato de string em tempo de execução em vez de avaliação antecipada.

PEP 318 - Decoradores para funções e métodos

Decoradores de função e método foram introduzidos. Decoradores de classe foram introduzidos na PEP 3129.

8.8. Definições de classe

Uma definição de classe define um objeto classe (veja a seção A hierarquia de tipos padrão):

classdef    ::=  [decorators] "class" classname [type_params] [inheritance] ":" suite
inheritance ::=  "(" [argument_list] ")"
classname   ::=  identifier

Uma definição de classe é uma instrução executável. A lista de herança geralmente fornece uma lista de classes base (veja Metaclasses para usos mais avançados), então cada item na lista deve ser executada como um objeto classe que permite extensão via subclasse. Classes sem uma lista de herança herdam, por padrão, da classe base object; portanto,

class Foo:
    pass

equivale a

class Foo(object):
    pass

O conjunto da classe é então executado em um novo quadro de execução (veja Nomeação e ligação), usando um espaço de nomes local recém-criado e o espaço de nomes global original. (Normalmente, o conjunto contém principalmente definições de função.) Quando o conjunto da classe termina a execução, seu quadro de execução é descartado, mas seu espaço de nomes local é salvo. [5] Um objeto classe é então criado usando a lista de herança para as classes base e o espaço de nomes local salvo para o dicionário de atributos. O nome da classe é vinculado a este objeto classe no espaço de nomes local original.

A ordem em que os atributos são definidos no corpo da classe é preservada no __dict__ da nova classe. Observe que isso é confiável somente logo após a classe ser criada e somente para classes que foram definidas usando a sintaxe de definição.

A criação de classes pode ser bastante personalizada usando metaclasses.

As classes também podem ser decoradas: assim como na decoração de funções,

@f1(arg)
@f2
class Foo: pass

é aproximadamente equivalente a

class Foo: pass
Foo = f1(arg)(f2(Foo))

As regras de execução para as expressões de decorador são as mesmas que para decoradores de função. O resultado é então vinculado ao nome da classe.

Alterado na versão 3.9: Classes podem ser decoradas com qualquer assignment_expression válida. Anteriormente, a gramática era muito mais restritiva; veja PEP 614 para detalhes.

Uma lista de parâmetros de tipo pode ser dada entre colchetes imediatamente após o nome da classe. Isso indica aos verificadores de tipo estático que a classe é genérica. Em tempo de execução, os parâmetros de tipo podem ser recuperados do atributo __type_params__ da classe. Veja Generic classes para mais.

Alterado na versão 3.12: Listas de parâmetros de tipo são novas no Python 3.12.

Nota do programador: Variáveis ​​definidas na definição de classe são atributos de classe; elas são compartilhadas por instâncias. Atributos de instância podem ser definidos em um método com self.nome = valor. Atributos de classe e instância são acessíveis por meio da notação “self.nome”, e um atributo de instância oculta um atributo de classe com o mesmo nome quando acessado dessa forma. Atributos de classe podem ser usados ​​como padrões para atributos de instância, mas usar valores mutáveis ​​pode levar a resultados inesperados. Descritores podem ser usados para criar variáveis ​​de instância com diferentes detalhes de implementação.

Ver também

PEP 3115 - Metaclasses no Python 3000

A proposta que alterou a declaração de metaclasses para a sintaxe atual e a semântica de como as classes com metaclasses são construídas.

PEP 3129 - Decoradores de classe

A proposta que adicionou decoradores de classe. Decoradores de função e método foram introduzidos na PEP 318.

8.9. Corrotinas

Adicionado na versão 3.5.

8.9.1. Definição de função de corrotina

async_funcdef ::=  [decorators] "async" "def" funcname "(" [parameter_list] ")"
                   ["->" expression] ":" suite

A execução de corrotinas do Python pode ser suspensa e retomada em muitos pontos (consulte coroutine). As expressões await, async for e async with só podem ser usadas no corpo de uma função de corrotina.

Funções definidas com a sintaxe async def são sempre funções de corrotina, mesmo que não contenham palavras reservadas await ou async.

Ocorre uma SyntaxError se usada uma expressão yield from dentro do corpo de uma função de corrotina.

Um exemplo de uma função de corrotina:

async def func(param1, param2):
    faz_algo()
    await alguma_corrotina()

Alterado na versão 3.7: await e async agora são palavras reservadas; anteriormente, elas só eram tratadas como tal dentro do corpo de uma função de corrotina.

8.9.2. A instrução async for

async_for_stmt ::=  "async" for_stmt

Um iterável assíncrono fornece um método __aiter__ que retorna diretamente um iterador assíncrono, que pode chamar código assíncrono em seu método __anext__.

A instrução async for permite iteração conveniente sobre iteráveis ​​assíncronos.

O seguinte código:

async for TARGET in ITER:
    SUITE
else:
    SUITE2

É semanticamente equivalente a:

iter = (ITER)
iter = type(iter).__aiter__(iter)
running = True

while running:
    try:
        TARGET = await type(iter).__anext__(iter)
    except StopAsyncIteration:
        running = False
    else:
        SUITE
else:
    SUITE2

Veja também __aiter__() e __anext__() para detalhes.

Ocorre uma SyntaxError se usada uma instrução async for fora do corpo de uma função de corrotina.

8.9.3. A instrução async with

async_with_stmt ::=  "async" with_stmt

Um gerenciador de contexto assíncrono é um gerenciador de contexto que é capaz de suspender a execução em seus métodos enter e exit.

O seguinte código:

async with EXPRESSÃO as ALVO:
    COMANDOS

é semanticamente equivalente a:

manager = (EXPRESSÃO)
aenter = type(manager).__aenter__
aexit = type(manager).__aexit__
value = await aenter(manager)
hit_except = False

try:
    ALVO = value
    COMANDOS
except:
    hit_except = True
    if not await aexit(manager, *sys.exc_info()):
        raise
finally:
    if not hit_except:
        await aexit(manager, None, None, None)

Veja também __aenter__() e __aexit__() para detalhes.

Ocorre uma SyntaxError se usada uma instrução async with fora do corpo de uma função de corrotina.

Ver também

PEP 492 - Corrotina com sintaxe de async e wait

A proposta que tornou as corrotinas um conceito autônomo em Python e adicionou sintaxe de suporte.

8.10. Listas de parâmetros de tipo

Adicionado na versão 3.12.

Alterado na versão 3.13: Foi adicionado suporte para valores padrão (veja PEP 696).

type_params  ::=  "[" type_param ("," type_param)* "]"
type_param   ::=  typevar | typevartuple | paramspec
typevar      ::=  identifier (":" expression)? ("=" expression)?
typevartuple ::=  "*" identifier ("=" expression)?
paramspec    ::=  "**" identifier ("=" expression)?

Funções (incluindo corrotinas), classes e apelidos de tipo podem conter uma lista de parâmetros de tipo:

def max[T](args: list[T]) -> T:
    ...

async def amax[T](args: list[T]) -> T:
    ...

class Bag[T]:
    def __iter__(self) -> Iterator[T]:
        ...

    def add(self, arg: T) -> None:
        ...

type ListOrSet[T] = list[T] | set[T]

Semanticamente, isso indica que a função, classe ou apelido de tipo é genérico sobre uma variável de tipo. Essas informações são usadas principalmente por verificadores de tipo estático e, em tempo de execução, objetos genéricos se comportam muito como suas contrapartes não genéricas.

Parâmetros de tipo são declarados entre colchetes ([]) imediatamente após o nome da função, classe ou apelido de tipo. Os parâmetros de tipo são acessíveis dentro do escopo do objeto genérico, mas não em outro lugar. Assim, após uma declaração def func[T](): pass, o nome T não está disponível no escopo do módulo. Abaixo, a semântica de objetos genéricos é descrita com mais precisão. O escopo de parâmetros de tipo é modelado com uma função especial (tecnicamente, um escopo de anotação) que encapsula a criação do objeto genérico.

Funções genéricas, classes e apelidos de tipo têm um atributo __type_params__ listando seus parâmetros de tipo.

Os parâmetros de tipo vêm em três tipos:

  • typing.TypeVar, introduzido por um nome simples (por exemplo, T). Semanticamente, isso representa um único tipo para um verificador de tipos.

  • typing.TypeVarTuple, introduzido por um nome prefixado com um único asterisco (por exemplo, *Ts). Semanticamente, isso representa uma tupla de qualquer número de tipos.

  • typing.ParamSpec, introduzido por um nome prefixado com dois asteriscos (por exemplo, **P). Semanticamente, isso representa os parâmetros de um chamável.

As declarações de typing.TypeVar podem definir delimitações (bounds) e restrições (constraints) com dois pontos (:) seguidos por uma expressão. Uma única expressão após os dois pontos indica uma delimitação (por exemplo, T: int). Semanticamente, isso significa que o typing.TypeVar pode representar apenas tipos que são um subtipo desse limite. Uma tupla de expressões entre parênteses após os dois pontos indica um conjunto de restrições (por exemplo, T: (str, bytes)). Cada membro da tupla deve ser um tipo (novamente, isso não é imposto em tempo de execução). Variáveis ​​de tipo restrito podem assumir apenas um dos tipos na lista de restrições.

Para typing.TypeVars declarados usando a sintaxe de lista de parâmetros de tipo, a delimitação e as restrições não são avaliados quando o objeto genérico é criado, mas somente quando o valor é acessado explicitamente por meio dos atributos __bound__ e __constraints__. Para fazer isso, as delimitações ou restrições são avaliados em um escopo de anotação separado.

typing.TypeVarTuples e typing.ParamSpecs não pode ter delimitações e restrições.

Todos os três tipos de parâmetros de tipo também podem ter um valor padrão, que é usado quando o parâmetro de tipo não é fornecido explicitamente. Isso é adicionado anexando um único sinal de igual (=) seguido por uma expressão. Como os limites e restrições de tipos variáveis, o valor padrão não é avaliado quando o objeto é criado, mas apenas quando o atributo __default__ do parâmetro de tipo é acessado. Para esse fim, o valor padrão é avaliado em um escopo de anotação separado. Se nenhum valor padrão for especificado para um parâmetro de tipo, o atributo __default__ é definido como o objeto sinalizador especial typing.NoDefault.

O exemplo a seguir indica o conjunto completo de declarações de parâmetros de tipo permitidas:

def overly_generic[
   SimpleTypeVar,
   TypeVarWithDefault = int,
   TypeVarWithBound: int,
   TypeVarWithConstraints: (str, bytes),
   *SimpleTypeVarTuple = (int, float),
   **SimpleParamSpec = (str, bytearray),
](
   a: SimpleTypeVar,
   b: TypeVarWithDefault,
   c: TypeVarWithBound,
   d: Callable[SimpleParamSpec, TypeVarWithConstraints],
   *e: SimpleTypeVarTuple,
): ...

8.10.1. Generic functions

Generic functions are declared as follows:

def func[T](arg: T): ...

This syntax is equivalent to:

annotation-def TYPE_PARAMS_OF_func():
    T = typing.TypeVar("T")
    def func(arg: T): ...
    func.__type_params__ = (T,)
    return func
func = TYPE_PARAMS_OF_func()

Here annotation-def indicates an annotation scope, which is not actually bound to any name at runtime. (One other liberty is taken in the translation: the syntax does not go through attribute access on the typing module, but creates an instance of typing.TypeVar directly.)

The annotations of generic functions are evaluated within the annotation scope used for declaring the type parameters, but the function’s defaults and decorators are not.

The following example illustrates the scoping rules for these cases, as well as for additional flavors of type parameters:

@decorator
def func[T: int, *Ts, **P](*args: *Ts, arg: Callable[P, T] = some_default):
    ...

Except for the lazy evaluation of the TypeVar bound, this is equivalent to:

DEFAULT_OF_arg = some_default

annotation-def TYPE_PARAMS_OF_func():

    annotation-def BOUND_OF_T():
        return int
    # In reality, BOUND_OF_T() is evaluated only on demand.
    T = typing.TypeVar("T", bound=BOUND_OF_T())

    Ts = typing.TypeVarTuple("Ts")
    P = typing.ParamSpec("P")

    def func(*args: *Ts, arg: Callable[P, T] = DEFAULT_OF_arg):
        ...

    func.__type_params__ = (T, Ts, P)
    return func
func = decorator(TYPE_PARAMS_OF_func())

The capitalized names like DEFAULT_OF_arg are not actually bound at runtime.

8.10.2. Generic classes

Generic classes are declared as follows:

class Bag[T]: ...

This syntax is equivalent to:

annotation-def TYPE_PARAMS_OF_Bag():
    T = typing.TypeVar("T")
    class Bag(typing.Generic[T]):
        __type_params__ = (T,)
        ...
    return Bag
Bag = TYPE_PARAMS_OF_Bag()

Here again annotation-def (not a real keyword) indicates an annotation scope, and the name TYPE_PARAMS_OF_Bag is not actually bound at runtime.

Generic classes implicitly inherit from typing.Generic. The base classes and keyword arguments of generic classes are evaluated within the type scope for the type parameters, and decorators are evaluated outside that scope. This is illustrated by this example:

@decorator
class Bag(Base[T], arg=T): ...

Isso equivale a:

annotation-def TYPE_PARAMS_OF_Bag():
    T = typing.TypeVar("T")
    class Bag(Base[T], typing.Generic[T], arg=T):
        __type_params__ = (T,)
        ...
    return Bag
Bag = decorator(TYPE_PARAMS_OF_Bag())

8.10.3. Generic type aliases

The type statement can also be used to create a generic type alias:

type ListOrSet[T] = list[T] | set[T]

Except for the lazy evaluation of the value, this is equivalent to:

annotation-def TYPE_PARAMS_OF_ListOrSet():
    T = typing.TypeVar("T")

    annotation-def VALUE_OF_ListOrSet():
        return list[T] | set[T]
    # In reality, the value is lazily evaluated
    return typing.TypeAliasType("ListOrSet", VALUE_OF_ListOrSet(), type_params=(T,))
ListOrSet = TYPE_PARAMS_OF_ListOrSet()

Here, annotation-def (not a real keyword) indicates an annotation scope. The capitalized names like TYPE_PARAMS_OF_ListOrSet are not actually bound at runtime.

8.11. Annotations

Alterado na versão 3.14: Annotations are now lazily evaluated by default.

Variables and function parameters may carry annotations, created by adding a colon after the name, followed by an expression:

x: annotation = 1
def f(param: annotation): ...

Functions may also carry a return annotation following an arrow:

def f() -> annotation: ...

Annotations are conventionally used for type hints, but this is not enforced by the language, and in general annotations may contain arbitrary expressions. The presence of annotations does not change the runtime semantics of the code, except if some mechanism is used that introspects and uses the annotations (such as dataclasses or functools.singledispatch()).

By default, annotations are lazily evaluated in a annotation scope. This means that they are not evaluated when the code containing the annotation is evaluated. Instead, the interpreter saves information that can be used to evaluate the annotation later if requested. The annotationlib module provides tools for evaluating annotations.

If the future statement from __future__ import annotations is present, all annotations are instead stored as strings:

>>> from __future__ import annotations
>>> def f(param: annotation): ...
>>> f.__annotations__
{'param': 'annotation'}

Notas de rodapé