Logging

Autor:

Vinay Sajip <vinay_sajip at red-dove dot com>

Essa página contém informações relativas a tutoriais. Para links de informações de referência e livro de receitas de logging, por favor veja Outros recursos.

Tutorial Básico de Logging

Logging é uma maneira de rastrear eventos que acontecem quando algum software é executado. O desenvolvedor de software adiciona chamadas de logging no código para indicar que determinado evento ocorreu. Um evento é definido por uma mensagem descritiva que pode opcionalmente conter o valor de uma variável (ex.: um dado que é potencialmente diferente pra cada ocorrência do evento). Eventos também possuem importâncias atribuídas pelo desenvolvedor; esta importância pode ser chamada de nível ou severidade.

Quando usar logging

Você pode instanciar loggers com logger = getLogger(__name__) e, em seguida, chamar os métodos debug(), info(), warning(), error() e critical(). Para determinar a necessidade ou não de usar logging, e escolher o método adequado, consulte a tabela abaixo. Ela indica, para cada conjunto de tarefas comuns, a melhor ferramenta a ser usada.

Tarefa que você deseja executar

A melhor ferramenta para a tarefa

Exibir uma mensagem na saída do console para uso ordinário de um script de linha de comando (CLI) ou programa.

print()

Expor eventos que possam ocorrer durante a operação normal de um programa (por exemplo, para monitorar o estado atual de execução ou poder investigar falhas)

Utilize o método info() de um logger (ou o método debug(), no caso de mensagens mais detalhadas para diagnóstico e investigação de erros)

Emitir um aviso sobre um evento que ocorre em um tempo de execução específico

Utilize a função warnings.warn() da biblioteca padrão se o problema for evitável, e caso a aplicação deva ser modificada pelo usuário para eliminar o alerta.

Utilize o método warning() de um logger, caso não haja nada que o usuário possa fazer na aplicação, mas o evento ainda deva ser registrado

Expor um erro sobre um evento em um tempo de execução específico

Levantando uma exceção

Expor a supressão de um erro sem levantar uma exceção (por exemplo, ao utilizar um tratador de erro em um processo de longa execução)

Um método error(), exception() ou critical() do logger, conforme apropriado para o erro específico e domínio da aplicação

Os métodos de logger são nomeados de acordo com o nível ou severidade dos eventos que eles são usados para rastrear. Os níveis padrão e sua aplicabilidade são descritos abaixo (em ordem crescente de severidade):

Nível

Quando é usado

DEBUG

Informação detalhada, tipicamente utilizáveis apenas para diagnosticar problemas.

INFO

Confirmação de que as coisas estão funcionando como esperado.

WARNING

Uma indicação que algo inesperado aconteceu, ou um indicativo de que poderá haver algum problema em um futuro próximo (por exemplo: ‘pouco espaço em disco’). O software está ainda funcionando como esperado.

ERROR

Por conta de um problema mais grave, o software não conseguiu executar alguma função.

CRITICAL

Um erro grave, indicando que o programa pode não conseguir continuar rodando.

O nível padrão é WARNING, o que significa que somente os eventos desse nível de severidade e superiores serão registrados, a menos que o logger do pacote esteja configurado para fazer o contrário.

Eventos que são rastreados podem ser tratados de diferentes formas. O jeito mais simples de lidar com eventos rastreados é exibi-los no console. Outra maneira comum é gravá-los em um arquivo de disco.

Um exemplo simples

Um exemplo bastante simples é:

import logging
logging.warning('Cuidado!')  # exibirá uma mensagem no console
logging.info('Eu te avisei')  # não exibirá nada

Se você colocar essas linhas no script e executá-lo, você verá:

WARNING:root:Cuidado!

no console. A mensagem INFO não aparece porque o nível padrão de logging é WARNING . A mensagem exibida inclui a indicação do nível e a descrição do evento fornecido na chamada de logging. Ou seja, ‘Cuidado!’. A saída pode ser formatada de maneira bastante flexível, se necessário; as opções de formatação também serão explicadas mais tarde.

Observe que, neste exemplo, utilizamos funções diretamente do módulo logging, como logging.debug, em vez de criar uma instância de Logger e chamar funções dela. Estas funções operam no logger raiz, mas pode ser útil chamar basicConfig() caso ainda não tenha sido chamado, como neste exemplo. No entanto, para programas maiores, você normalmente precisará controlar explicitamente a configuração de logging. Portanto, no geral, é melhor instanciar loggers e chamar seus métodos.

Logging em um arquivo

Uma situação muito comum é a de registrar eventos de log em um arquivo, então vamos dar uma olhada nisso a seguir. Teste o código a seguir em um interpretador Python recém-iniciado. Não continue a partir da sessão usada para o código anterior.

import logging
logger = logging.getLogger(__name__)
logging.basicConfig(filename='exemplo.log', encoding='utf-8', level=logging.DEBUG)
logger.debug('Esta mensagem aparecerá no arquivo de log')
logger.info('Esta também')
logger.warning('E também essa')
logger.error('Além de palavras com caracteres não-ASCII, como Øresund e Malmö')

Alterado na versão 3.9: O argumento de codificação encoding foi adicionado. Em versões anteriores do Python, a codificação utilizada por padrão seria definida em open(). Embora não seja mostrado no exemplo acima, um argumento de erro pode ser utilizado, o que determina como o codificação de erros são tratadas. Para saber mais sobre essas possibilidades, consulte a documentação de open().

E agora se nós abrirmos o arquivo e olharmos o que temos, deveremos encontrar essas mensagens de log:

DEBUG:__main__:Esta mensagem aparecerá no arquivo de log
INFO:__main__:Esta também
WARNING:__main__:E também essa
ERROR:__main__:Além de palavras com caracteres não-ASCII, como Øresund e Malmö

Este exemplo também mostra como você pode configurar o nível do logging , que funcionará como um limite para o rastreamento. Neste caso, como definimos o nível limite como DEBUG, todas as mensagens foram exibidas.

Você também pode definir o nível de logging a partir de um parâmetro pela linha de comando (CLI):

--log=INFO

e se você quiser obter o valor do parâmetro --log em algum ponto do código, você pode usar:

getattr(logging, loglevel.upper())

para obter o valor que você passará para a basicConfig() pelo argumento de nível level. Isso pode ser útil para verificar erros introduzidos pelo usuário, como no exemplo a seguir:

# presumindo que a variável loglevel está atrelada ao valor da string obtida
# pelo argumento de linha de comando; Converter para caixa alta permite ao usuário
# declarar tanto --log=DEBUG quanto--log=debug
nivel_numerico = getattr(logging, loglevel.upper(), None)
if not isinstance(nivel_numerico , int):
    raise ValueError('Nível de log invalido: %s' % loglevel)
logging.basicConfig(level=nivel_numerico, ...)

A chamada para basicConfig() deve vir antes de qualquer chamada para métodos de um logger, como debug(), info(), etc. Caso contrário, o logging deste evento pode não ser tratado da forma desejada.

Se você executar o script acima diversas vezes, as mensagens das sucessivas execuções serão acrescentadas ao arquivo exemplo.log. Se você quiser que cada execução seja iniciada novamente, não guardando as mensagens das execuções anteriores, você pode definir o argumento filemode, mudando a chamada no exemplo acima para:

logging.basicConfig(filename='exemplo.log', filemode='w', level=logging.DEBUG)

A saída será a mesma de antes, mas o arquivo de log não será mais incrementado. Desta forma, as mensagens de execuções anteriores serão perdidas.

Logging de variáveis dinâmicas

Para logar o dado de uma variável, use o formato string para a mensagem descritiva do evento e adicione a variável como argumento. Exemplo:

import logging
logging.warning('%s onde você %s', 'Olhe', 'anda!')

exibirá:

WARNING:root:Olhe onde você anda!

Como você pode ver, para combinar uma variável de dados na mensagem descritiva do evento usamos o velho operador %, formatador de strings. Isto é usado para garantir compatibilidade com as versões anteriores: os pacotes logging mais recentes contam com opções de formatação como str.format() e string.Template. Mas explorar estes métodos está fora do escopo deste tutorial. Veja Using particular formatting styles throughout your application para mais informações.

Alterar o formato das mensagens exibidas

Para mudar o formato usado para exibir mensagens, você precisa especificar o formato que quer usar:

import logging
logging.basicConfig(format='%(levelname)s:%(message)s', level=logging.DEBUG)
logging.debug('Esta mensagem aparecerá no console')
logging.info('Esta também')
logging.warning('E também essa')

que vai exibir:

DEBUG:Esta mensagem aparecerá no console
INFO:Esta também
WARNING:E também essa

Note que a palavra ‘root’ que apareceu nos exemplos anteriores desapareceu. Para todas as configurações que possam aparecer na formatação de strings, você pode consultar a documentação Atributos LogRecord, mas para uso simples, você só precisa do levelname (severidade), message (descrição do evento, incluindo a variável com dados) e talvez exibir quando o evento ocorreu. Isto esta descrito na próxima seção.

Exibindo data/hora em mensagens

Para exibir a data e hora de um evento, você pode colocar %(asctime)s na sua string de formato:

import logging
logging.basicConfig(format='%(asctime)s %(message)s')
logging.warning('foi quando este evento foi registrado.')

que deve exibir algo assim:

2010-12-12 11:41:42,612 foi quando este evento foi registrado.

O formato padrão para data/hora (mostrado abaixo) é a ISO8601 ou a RFC 3339. Se você precisar de mais controle sobre a formatação de data/hora, defina o argumento datefmt na função basicConfig, como neste exemplo:

import logging
logging.basicConfig(format='%(asctime)s %(message)s', datefmt='%m/%d/%Y %I:%M:%S %p')
logging.warning('foi quando este evento foi registrado.')

que deve exibir algo assim:

12/12/2010 11:46:36 AM foi quando este evento foi registrado.

O formato do argumento datefmt é o mesmo suportado por time.strftime().

Próximos Passos

Concluímos aqui o tutorial básico. Isto deve ser o bastante para você começar a trabalhar com logging. Existe muito mais que o pacote de logging pode oferecer, mas para ter o melhor disto, você precisará investir um pouco mais do seu tempo lendo as próximas seções. Se você está pronto para isso, pegue sua bebida favorita e continue.

Se as suas necessidades de logging forem simples, use os exemplos acima para incorporar o registro em seus próprios scripts e, se tiver problemas ou não entender alguma coisa, publique uma pergunta na categoria Help do fórum de discussão Python. Você deverá receber ajuda em breve.

Ainda por aqui? Você pode continuar lendo as seções seguintes, que tem um tutorial mais avançado que o básico acima. Depois disso, você pode dar uma olhada no Livro de receitas do logging.

Tutorial Avançado do Logging

A biblioteca de logging tem uma abordagem modular e oferece algumas categorias de componentes: loggers, manipuladores, filtros, e formatadores.

  • Os loggers oferecem uma interface para que o código da aplicação possa registrar eventos.

  • Manipuladores enviam os registros do evento (criados por loggers) aos destinos apropriados.

  • Filtros facilitam granularmente a determinação de quais registros de eventos devem ser exibidos na saída.

  • Formatadores especificam a composição visual do log de eventos ao ser exibido.

Um evento, quando registrado, passa por loggers, manipuladores, filtros e formatadores através de uma instância de LogRecord

Para executar uma ação de logging, é necessário criar instâncias da classe Logger (também chamadas de loggers), e invocar seus métodos. Cada instância tem um nome, e elas são conceitualmente organizadas em uma hierarquia de espaço de nomes utilizando pontos como separadores. Por exemplo, um logger nomeado como ‘leitor’ é o pai do logger ‘leitor.texto’, ‘leitor.html’ e ‘leitor.pdf’. Você pode nomear o logger do jeito que preferir, e indicar o trecho da aplicação que origina a mensagem de log.

Uma boa prática ao nomear loggers é criar, em cada módulo que usa logging, um logger definido no mesmo nível do módulo. Como no exemplo abaixo:

logger = logging.getLogger(__name__)

Isso significa que os nomes dos loggers acompanham a hierarquia de pacotes e módulos, tornando intuitivo saber de onde os eventos foram registrados apenas olhando o nome do logger.

O início da hierarquia de loggers é chamado de logger raiz. É ele que é usado pelas funções debug(), info(), warning(), error() e critical(), que apenas chamam o método de mesmo nome dentro do logger raiz. Essas funções, e seus métodos correspondentes, têm a mesma assinatura (mesmos parâmetros aceitos). Na saída do log, o nome do logger raiz aparece como ‘root’.

É possível registrar mensagens de log em diferentes destinos. O pacote já traz suporte para enviar logs para arquivos, URLs via HTTP GET/POST, e-mails via SMTP, soquetes genéricos, filas ou mecanismos de log específicos do sistema operacional, como o syslog no Unix/Linux ou o Event Log do Windows NT. Esses destinos são gerenciados por classes chamadas manipuladores. Se precisar de um destino especial que não seja atendido pelos manipuladores embutidos, você poderá criar sua própria classe manipuladora para destinar corretamente o log.

Por padrão, nenhum destino é definido para nenhuma mensagem de registro. É possível especificar um destino (como console, ou arquivo) usando basicConfig(), como nos exemplos do tutorial. Se você chamar as funções debug() , info(), warning(), error() e critical(), elas verificarão se o destino está definido; e, caso não esteja, elas definirão o console como o destino (sys.stderr) e definirão o formato utilizando um formato padrão. Só então, enviarão a mensagem ao logger raiz, para que seja registrada na saída.

O formato padrão definido por basicConfig() para mensagens é:

severity:logger name:message

Você pode alterar isso passando uma string de formato para basicConfig(), através do argumento nomeado format. Para sobre como uma string de formato é construída, consulte Formatter Objects.

Fluxo de Logging

O fluxo dos eventos de log em loggers e manipuladores é ilustrado no diagrama a seguir.

Logger flow Create LogRecord Logging call in user code, e.g. logger.info(...) Stop Does a filter attached to logger reject the record? Pass record to handlers of current logger Is propagate true for current logger? Is there a parent logger? Set current logger to parent At least one handler in hierarchy? Use lastResort handler Handler enabled for level of record? Does a filter attached to handler reject the record? Stop Emit (includes formatting) Handler flow Logger enabled for level of call? No Yes Yes No No Yes Yes No No Yes No Yes No Yes Record passed to handler

Registradores

Objetos Logger têm três funções principais. Primeiro, eles expõem vários métodos para que o código da aplicação possa registrar mensagens durante a execução. Segundo, eles decidem quais mensagens de log devem ser processadas, com base no nível de severidade (é o filtro padrão) ou em objetos filtro. Terceiro, eles encaminham as mensagens de log relevantes para todos os manipuladores de log interessados.

Os métodos mais utilizados em objetos logger se enquadram em duas categorias: configuração e envio de mensagem.

Esses são os métodos de configuração mais comuns:

  • Logger.setLevel() especifica o nível mínimo de severidade que um logger vai lidar. O nível DEBUG é o mais baixo, e o CRITICAL é o mais alto entre os níveis padrão. Por exemplo, se o nível do logger for INFO, ele vai processar apenas mensagens de nível INFO, WARNING, ERROR e CRITICAL, e vai ignorar mensagens DEBUG.

  • Logger.addHandler() e Logger.removeHandler() adicionam e removem objetos manipuladores do objeto logger. Manipuladores serão aprofundados em Manipuladores.

  • Logger.addFilter() e Logger.removeFilter() adicionam e removem objetos filtros do objeto logger. Filtros serão aprofundados em Filter Objects.

Você não precisa sempre invocar esses métodos em cada logger que criar. Consulte os últimos dois paragrafos nessa mesma seção.

Com o objeto logger configurado, os seguintes métodos criam mensagens de log:

  • Logger.debug(), Logger.info(), Logger.warning(), Logger.error() e Logger.critical() criam logs com uma mensagem em um nível correspondente ao respectivo nome do método. A mensagem é uma string de formato, que pode conter a sintaxe padrão de substituições como %s, %d e %f. O restante dos argumentos são uma lista de objetos que correspondem aos campos de substituição da mensagem. No caso do parâmetro **kwargs, os métodos de logging cuidam apenas da chave exc_info. É essa chave que eles usam para decidir se devem ou não registrar os detalhes de uma exceção.

  • Logger.exception() cria uma mensagem de log parecida com Logger.error(). A diferença é que, além da mensagem, Logger.exception() também registra o stack trace (situação da pilha de execução). Chame este método apenas a partir de um manipulador de exceção.

  • Logger.log() recebe o nível de log como um argumento explícito. Isso torna o registro de mensagens um pouco mais verboso do que usar os métodos prontos para cada nível, com os métodos listados anteriormente, mas é uma forma de registrar mensagens em níveis de log personalizados.

getLogger() retorna uma referência para uma instância de um logger com o nome especificado, caso informado, ou para o logger raiz (caso nenhum nome seja passado). Os nomes seguem uma estrutura hierárquica separada por pontos. Chamadas repetidas a getLogger() com o mesmo nome retornam sempre uma referência para a mesma instância do objeto logger. Loggers que aparecem mais embaixo na hierarquia são filhos dos loggers que estão mais acima nessa lista. Por exemplo, dado um logger com nome foo, loggers com os nomes foo.bar, foo.bar.baz e foo.bam serão todos descendentes de foo.

Loggers têm o conceito de nível efetivo. Se um logger não tiver um nível definido explicitamente, ele herdará o nível do seu logger pai. Caso o pai também não tenha um nível definido, o processo continua subindo na hierarquia, examinando cada ancestral, até encontrar um logger com nível configurado. O logger raiz sempre terá um nível explícito configurado (por padrão, WARNING). Ao decidir se um evento será processado, o logger usa o seu nível efetivo para determinar se o evento deve ser repassado para os manipuladores responsáveis.

Loggers filhos propagam suas mensagens para os manipuladores associados aos seus loggers ancestrais. Por causa disso, não é necessário definir e configurar manipuladores para todos os loggers usados em uma aplicação. Basta configurar os manipuladores em um logger de nível superior, e criar loggers filhos conforme a necessidade. No entanto, é possível desativar essa propagação definindo o atributo propagate do logger como False.

Manipuladores

Objetos Handler são responsáveis por enviar as mensagens de log apropriadas (com base na severidade de cada mensagem) para o destino especificado do manipulador. Objetos Logger podem adicionar um ou mais manipuladores a si mesmos usando o método addHandler(). Em um cenário hipotético, uma aplicação pode querer “enviar todas as mensagens de log para um arquivo”, “enviar apenas mensagens de erro ou mais graves para o stdout” e “enviar apenas mensagens críticas para um endereço de e-mail”. Esse cenário exigiria três manipuladores diferentes, cada um responsável por encaminhar mensagens de uma determinada gravidade para um destino específico.

A biblioteca padrão possui alguns tipos de manipuladores (veja Handlers úteis); os tutoriais usam principalmente StreamHandler e FileHandler em seus exemplos.

Existem pouquíssimos métodos em um manipulador com os quais desenvolvedores de aplicações precisam se preocupar. Para quem está usando manipuladores já inclusos na biblioteca (ou seja, sem criar manipuladores personalizados), os únicos métodos realmente relevantes são os métodos de configuração a seguir:

  • O método setLevel(), assim como acontece nos objetos logger, , define o menor nível de severidade das mensagens que serão encaminhadas para o destino adequado. Mas por que existem dois métodos setLevel()? Isso acontece porque o nível configurado no logger define quais mensagens ele vai repassar para seus manipuladores. Já o nível configurado em cada manipulador define, entre as mensagens recebidas, quais realmente serão enviadas adiante.

  • setFormatter() define um objeto Formatador para que o manipulador utilize.

  • addFilter() e removeFilter(), respectivamente, adicionam e removem objetos filtros nos manipuladores.

O código da aplicação não deve instanciar nem usar diretamente objetos da classe Handler. Na verdade, Handler é uma classe base que define a interface que todos os manipuladores devem implementar e estabelece um comportamento padrão que pode ser aproveitado (ou sobrescrito) pelas classes filhas.

Formatadores

Objetos Formatadores definem a ordem, a estrutura e o conteúdo final da mensagem de log. Diferentemente da classe base logging.Handler, o código da aplicação pode instanciar classes de formatadores — embora também seja possível criar subclasses, caso sua aplicação precise de um comportamento específico. O construtor aceita três argumentos opcionais: uma string de formato da mensagem, uma string de formatação da data e um indicador de estilo.

logging.Formatter.__init__(fmt=None, datefmt=None, style='%')

Se nenhuma string de formato for fornecida na mensagem, o padrão é usar a mensagem bruta. Se nenhuma string de formato de data for definida, o formato de data padrão será:

%Y-%m-%d %H:%M:%S

com os milissegundos acrescentados ao final. O parâmetro style pode ser '%', '{' ou '$'. Se nenhum deles for especificado, o padrão utilizado será '%'.

Se o o parâmetro style for '%', a string de formato da mensagem substituirá a string usando o estilo %(<chave de dicionário>)s; as chaves possíveis estão documentadas em Atributos LogRecord. Se o estilo for '{', a string de formato é presumida como compatível com str.format() (usando argumentos nomeados). Já se o estilo for '$', a string de formato deverá seguir o que é esperado por string.Template.substitute().

Alterado na versão 3.2: Adicionado o parâmetro style.

A string de formato a seguir vai escrever o tempo em um formato legível para humanos, a severidade da mensagem, e o conteúdo da mensagem, nessa ordem:

'%(asctime)s - %(levelname)s - %(message)s'

Formatadores usam uma função configurável pelo usuário para converter o horário de criação de um registro em uma tupla. Por padrão, é utilizada a função time.localtime(); Se você quiser alterar isso apenas para uma instância específica de formatador, basta definir o atributo converter dessa instância para uma função com a mesma assinatura de time.localtime() ou time.gmtime(). Já se a ideia for alterar o comportamento para todos os formatadores (por exemplo, para exibir todos os horários de log em GMT), defina o atributo converter diretamente na classe Formatadora (usando, por exemplo, time.gmtime para exibição em GMT).

Configurando Logging

Programadores podem configurar logging de três formas:

  1. Criando loggers, manipuladores e formatadores de forma explícita, usando código Python que invoca os métodos de configuração mencionados acima.

  2. Criando um arquivo de configuração de logging e lendo-o usando a função fileConfig().

  3. Criando um dicionário com as informações de configuração e passando-o para a função dictConfig().

Para a documentação de referência sobre as duas últimas opções, consulte Funções de configuração. O exemplo a seguir configura um logger bem simples, um manipulador de console e um formatador simples utilizando código Python:

import logging

# cria o logger
logger = logging.getLogger('exemplo_simples')
logger.setLevel(logging.DEBUG)

# cria o manipulador de console e configura o nível para depuração
ch = logging.StreamHandler()
ch.setLevel(logging.DEBUG)

# cria o formatador
formatter = logging.Formatter('%(asctime)s - %(name)s - %(levelname)s - %(message)s')

# adiciona o formatador ao manipulador
ch.setFormatter(formatter)

# adiciona o manipulador ao logger
logger.addHandler(ch)

# 'código' da aplicação
logger.debug('mensagem de depuração')
logger.info('mensagem informativa')
logger.warning('mensagem de alerta')
logger.error('mensagem de erro')
logger.critical('mensagem crítica')

A execução deste módulo pela linha de comando produz a seguinte saída:

$ python simple_logging_module.py
2005-03-19 15:10:26,618 - exemplo_simples - DEBUG - mensagem de depuração
2005-03-19 15:10:26,620 - exemplo_simples - INFO - mensagem informativa
2005-03-19 15:10:26,695 - exemplo_simples - WARNING - mensagem de alerta
2005-03-19 15:10:26,697 - exemplo_simples - ERROR - mensagem de erro
2005-03-19 15:10:26,773 - exemplo_simples - CRITICAL - mensagem crítica

O módulo Python a seguir cria um logger, um manipulador e um formatador quase idênticos aos do exemplo mostrado acima, sendo a única diferença os nomes dos objetos:

import logging
import logging.config

logging.config.fileConfig('logging.conf')

# criação do logger
logger = logging.getLogger('simpleExample')

# código da 'aplicação'
logger.debug('mensagem de debug')
logger.info('mensagem informativa')
logger.warning('mensagem de cuidado')
logger.error('mensagem de erro')
logger.critical('mensagem crítica')

Aqui está o arquivo logging.conf:

[loggers]
keys=root,exemploSimples

[handlers]
keys=manipuladorConsole

[formatters]
keys=formatadorSimples

[logger_root]
level=DEBUG
handlers=manipuladorConsole

[logger_exemploSimples]
level=DEBUG
handlers=manipuladorConsole
qualname=exemploSimples
propagate=0

[handler_manipuladorConsole]
class=StreamHandler
level=DEBUG
formatter=formatadorSimples
args=(sys.stdout,)

[formatter_formatadorSimples]
format=%(asctime)s - %(name)s - %(levelname)s - %(message)s

A saída é quase idêntica à do exemplo não baseado em arquivo de configuração:

$ python simple_logging_config.py
2005-03-19 15:38:55,977 - exemploSimples - DEBUG - mensagem de depuração
2005-03-19 15:38:55,979 - exemploSimples - INFO - mensagem informativa
2005-03-19 15:38:56,054 - exemploSimples - WARNING - mensagem de alerta
2005-03-19 15:38:56,055 - exemploSimples - ERROR - mensagem de erro
2005-03-19 15:38:56,130 - exemploSimples - CRITICAL - mensagem crítica

A abordagem de usar um arquivo de configuração oferece algumas vantagens em relação ao uso direto de código Python. Ela permite separar a configuração do código, facilitando a manutenção, e também possibilita que pessoas sem conhecimentos de programação modifiquem facilmente as propriedades de logging apenas editando o arquivo de configuração.

Aviso

A função fileConfig() possui um parâmetro chamado disable_existing_loggers, que por padrão é definido como True por questões de retrocompatibilidade. No entanto, esse comportamento pode não ser o desejado, pois todos os loggers que não o raiz que já existiam antes da chamada de fileConfig() serão desativados, a menos que eles (ou algum de seus ancestrais) sejam explicitamente nomeados na configuração. Caso queira manter os loggers preexistentes ativos, basta definir esse parâmetro como False. Para maiores detalhes, consulte a documentação oficial de referência.

O dicionário passado para dictConfig() também pode especificar um valor booleano com a chave disable_existing_loggers. Se essa chave não for definida explicitamente no dicionário, o valor padrão será interpretado como True. Isso resulta no mesmo comportamento de desativação de loggers descrito anteriormente, o que pode não ser o desejado. Nesse caso, basta informar a chave no dicionário com o valor False.

Observe que os nomes de classe referenciados em arquivos de configuração precisam ser relativos ao módulo logging, ou valores absolutos que possam ser resolvidos pelos mecanismos normais de importação do Python. Por exemplo, você pode usar WatchedFileHandler (relativo ao módulo logging) ou mypackage.mymodule.MyHandler (para uma classe definida no pacote mypackage e no módulo mymodule, desde que mypackage esteja disponível no caminho de importação do Python).

A partir do Python 3.2, foi introduzida uma nova forma de configurar o logging, utilizando dicionários para armazenar as informações de configuração. Essa abordagem oferece um conjunto ampliado de funcionalidades em relação ao método baseado em arquivos de configuração mencionado anteriormente, sendo, portanto, a forma recomendada de configuração para novas aplicações e implantações. Como a configuração é mantida em um dicionário Python, há maior flexibilidade sobre as opções de como esse dicionário pode ser construído. É possível, por exemplo, utilizar um arquivo em formato JSON ou YAML, construir o dicionário diretamente em código Python, recebê-lo em forma serializada com pickle por meio de um soquete, ou ainda empregar qualquer outro método que faça sentido para a aplicação em questão.

Aqui está um exemplo da mesma configuração acima, em formato YAML, para a nova abordagem baseada em dicionário:

version: 1
formatters:
  simple:
    format: '%(asctime)s - %(name)s - %(levelname)s - %(message)s'
handlers:
  console:
    class: logging.StreamHandler
    level: DEBUG
    formatter: simple
    stream: ext://sys.stdout
loggers:
  simpleExample:
    level: DEBUG
    handlers: [console]
    propagate: no
root:
  level: DEBUG
  handlers: [console]

Para mais informações sobre logging com dicionário, consulte Funções de configuração.

O que acontece se nenhuma configuração é fornecida

Se nenhuma configuração de logging for fornecida, pode ocorrer uma situação em que um evento de logging precise ser registrado, mas nenhum manipulador esteja disponível para processar e exibir esse evento.

O evento é exibido utilizando um “manipulador de último recurso”, armazenado em lastResort. Esse manipulador interno não está associado a nenhum logger e funciona como um StreamHandler, enviando a mensagem de descrição do evento para o valor atual de sys.stderr (espeitando, portanto, quaisquer redirecionamentos que estejam em vigor). Nenhuma formatação é aplicada à mensagem — apenas a descrição bruta do evento é impressa. O nível desse manipulador é definido como WARNING, de forma que todos os eventos nesse nível ou em níveis mais severos serão exibidos.

Alterado na versão 3.2: Para versões do Python anteriores à 3.2, o comportamento é o seguinte:

  • Se raiseExceptions for False (modo em produção), o evento será silenciosamente descartado.

  • Se raiseExceptions for definido como True (modo de desenvolvimento), a mensagem ‘No handlers could be found for logger X.Y.Z’ será exibida uma vez.

Para obter o comportamento pré-versão-3.2, lastResort pode ser definido como None.

Configurando logging para uma biblioteca

Ao desenvolver um biblioteca que usa logging, é importante documentar como a biblioteca usa o recurso - por exemplo, os nomes dos loggers usados. Também é necessário levar em consideração a configuração de logging. Caso a aplicação que utiliza a biblioteca não faça uso de logging e o código da biblioteca execute chamadas de logging, então os eventos de severidade WARNING e níveis mais severos serão impressos em sys.stderr .(conforme descrito na seção anterior). Isso garante que mensagens importantes não sejam perdidas, como comportamento padrão, mesmo que a aplicação principal não configure explicitamente o sistema de logging.

Se, por algum motivo, você não quiser que essas mensagens sejam exibidas na ausência de qualquer configuração de logging, pode anexar um manipulador que não faz nada ao logger de nível superior da sua biblioteca. Dessa forma, evita-se que a mensagem seja impressa, já que sempre haverá um manipulador associado aos eventos da biblioteca — apenas não produzirá saída. Caso o usuário da biblioteca configure o logging para uso na aplicação, essa configuração provavelmente incluirá alguns manipuladores adicionais e, se os níveis forem configurados adequadamente, as chamadas de logging feitas no código da biblioteca enviarão a saída para esses manipuladores, funcionando normalmente.

Um manipulador-que-não-faz-nada já está incluso no pacote NullHandler (desde Python 3.1). Uma instância desse manipulador poderia ser adicionado ao logger de nível superior do espaço de nomes de logging usado pelo biblioteca (se você quiser evitar que os eventos registrados do biblioteca sejam enviados para sys.stderr, na ausência de configuração de logging). Se todo registro em log de uma biblioteca foo for feito usando loggers com nomes correspondente ‘foo.x’, ‘foo.x.y’ etc., então o código:

import logging
logging.getLogger('foo').addHandler(logging.NullHandler())

deve resultar no efeito desejado. Se uma organização produzir vários bibliotecas, o nome do logger especificado poderá ser ‘orgname.foo’ em vez de apenas ‘foo’.

Nota

É altamente recomendável que você não registre logs no logger raiz do seu biblioteca. Em vez disso, use um logger com um nome exclusivo e facilmente identificável, como o __name__ do nível superior do seu pacote/módulo da biblioteca. O registro em log no logger raiz dificultará, ou mesmo tornará impossível que o desenvolvedor da aplicação personalize o manipulador e a verbosidade de logging.

Nota

É altamente recomendável que você não adicione outros manipuladores além de NullHandler nos loggers da sua biblioteca. Isso porque a configuração de manipuladores é responsabilidade do desenvolvedor da aplicação que utilizará ela. O desenvolvedor sabe o público-alvo da aplicação final, e, portanto, sabe também quais são os manipuladores mais adequados para o caso. Se você adicionar manipuladores ‘ocultos’, poderá interferir na criação de testes unitários e na entrega de logs úteis.

Níveis de Logging

Os valores numéricos dos níveis de logging estão listados na tabela abaixo. Eles são principalmente de interesse se você quiser definir seus próprios níveis, e precisa deles para definir seus valores específicos relativos aos níveis predefinidos. Se você define um nível com o mesmo valor numérico, ele sobrescreve o valor predefinido; o nome predefinido é perdido.

Nível

Valor numérico

CRITICAL

50

ERROR

40

WARNING

30

INFO

20

DEBUG

10

NOTSET

0

Os níveis também podem ser associados aos registradores, sendo definidos pelo desenvolvedor ou por meio do carregamento de uma configuração salva. Quando um método de logging é invocado em um logger, o logger compara o seu próprio nível com o nível associado à chamada do método. Se o nível do logger for maior do que o da chamada do método, nenhuma mensagem será gerada. Esse é o mecanismo básico que controla a verbosidade da saída de logging.

As mensagens de logging são representadas como instâncias da classe LogRecord. Quando um logger decide registrar um evento, uma instância de LogRecord é criada a partir da mensagem de logging.

As mensagens de logging passam por um mecanismo de despacho que utiliza manipuladores, que são instâncias de subclasses da classe Handler. Manipuladores são responsáveis por assegurar que uma mensagem registrada em log (na forma de LogRecord) seja encaminhada para um determinado destino (ou conjunto de destinos) que serão úteis para o público-alvo daquela mensagem (como usuários finais, equipe de suporte, administradores do sistema e desenvolvedores). Manipuladores transmitem LogRecord para destinos específicos. Cada logger pode ter zero, um ou mais manipuladores associados à ele (através do método addHandler() de Logger). Além disso, não são apenas os manipuladores diretamente associados a um logger que processam a mensagem. Por padrão, os manipuladores de todos os loggers ancestrais também participam do despacho. Essa propagação só é interrompida se o atributo propagate do logger estiver definido como False.

Assim como os loggers, os manipuladores também podem ter níveis associados. O nível de um manipulador funciona como um filtro, do mesmo modo que o nível de um logger. Quando um manipulador decide processar um evento, ele utiliza o método emit() para enviar a mensagem ao seu destino. Na maioria dos casos, subclasses personalizadas de Handler precisarão substituir esse método emit().

Níveis personalizados

Criar seus próprios níveis é possível, mas não deve ser necessário, pois os níveis existentes foram escolhidos com base na experiência prática. No entanto, se for estritamente necessário, tome cuidado para fazer. E se você está desenvolvendo uma biblioteca, não é recomendado que defina níveis personalizados. Isso porque, se vários autores de biblioteca definirem seus próprios níveis personalizados, as saídas de logging das bibliotecas em conjunto serão orquestradas com maior dificuldade pelo desenvolvedor, pois um determinado valor numérico poderá significar coisas diferentes para diferentes bibliotecas.

Handlers úteis

Em adição à classe base Handler, muitas subclasses úteis são fornecidas:

  1. StreamHandler, quando instanciadas, enviam mensagens para streams (objeto arquivo ou similar).

  2. FileHandler, quando instanciadas, enviam mensagens para arquivos locais de disco.

  3. BaseRotatingHandler é a classe base para objetos handler que rotacionam os arquivos de logging em um determinado ponto. Não é feita para ser instanciada diretamente. Em vez disso, use RotatingFileHandler ou TimedRotatingFileHandler.

  4. RotatingFileHandler, quando instanciadas, enviam mensagens para arquivos locais de disco. Permite definir o tamanho máximo do arquivo de log e configurar rotação.

  5. TimedRotatingFileHandler, quando instanciadas, enviam mensagens para arquivos locais de disco, rotacionando o arquivo de log em certos intervalos de tempo.

  6. SocketHandler, quando instanciadas, enviam mensagens para soquetes TCP/IP. Desde a versão 3.4, os soquetes de domínio Unix também são suportados.

  7. DatagramHandler, quando instanciadas, enviam mensagens para soquetes UDP. Desde a versão 3.4, os soquetes de domínio Unix também são suportados.

  8. SMTPHandler, quando instanciadas, enviam mensagens para endereços de e-mail pré-definidos.

  9. SysLogHandler, quando instanciadas, enviam mensagens para um daemon syslog Unix, normalmente em um computador remoto.

  10. NTEventLogHandler, quando instanciadas, enviam mensagens para um registro de log do Windows NT/2000/XP.

  11. MemoryHandler, quando instanciadas, enviam mensagens para um buffer na memória, que é liberado sempre que alguns critérios específicos são atendidos.

  12. HTTPHandler, quando instanciadas, enviam mensagens para um servidor HTTP, utilizando os métodos GET ou POST.

  13. WatchedFileHandler, quando instanciadas, observam o arquivo que estão fazendo logging. Se o arquivo for alterado, ele será fechado e reaberto com o mesmo nome. Este manipulador só é funcional em sistemas Unix ou similares; o Windows não oferece suporte ao mecanismo subjacente utilizado.

  14. QueueHandler, quando instanciadas, enviam mensagem para uma fila, que pode ser implementada com o módulo queue ou com o módulo multiprocessing.

  15. NullHandler, quando instanciadas, não fazem nada com as mensagens de erro. Elas são usadas por desenvolvedores da biblioteca que precisam usar o logging, mas querem evitar o aviso ‘No handlers could be found for logger XXX’, que pode ser exibido quando o logging não é configurado. Veja Configurando logging para uma biblioteca para mais informações.

Adicionado na versão 3.1: A classe NullHandler.

Adicionado na versão 3.2: A classe QueueHandler.

As subclasses NullHandler, StreamHandler e FileHandler são definidas no pacote base de logging. Os outros manipuladores são definidos no submódulo logging.handlers. (Existe também outro submódulo, logging.config, para configurar as funcionalidades).

As mensagens de log são formatadas por meio de instâncias da classe Formatter. Elas são inicializadas com uma string de formato, que pode ser usada junto com o operador % e um dicionário para substituir os valores na mensagem.

Para formatar várias mensagens em um lote, podem ser usadas instâncias de BufferingFormatter. Além de aplicar string de formato em cada mensagem do lote, é possível definir strings de formato para o cabeçalho e o rodapé do lote.

Quando não for suficiente fazer a filtragem baseada no nível do logger e/ou no nível de manipulador, instâncias de Filter poderão ser adicionadas às instâncias de Logger e Handler (por meio do método addFilter()). Antes de processar uma mensagem, os loggers e manipuladores consultam todos os seus filtros para obter permissão. Se algum filtro retornar um valor falso, a mensagem não é processada.

A funcionalidade básica do Filter permite a filtragem por um nome específico de logger. Se este recurso for usado, as mensagens enviadas para o logger com esse nome, ou seus descendentes, serão permitidas pelo filtro. E todas as outras são descartadas.

Exceções levantadas durante logging

O pacote de logging foi projetado para inibir exceções que possam ocorrer quando os registros forem feitos em produção. Desta forma, a aplicação que está utilizando logging não encerrará abruptamente caso hajam erros nos eventos de logging - devido a problemas como má configuração, rede ou outros.

As exceções SystemExit e KeyboardInterrupt nunca são inibidas. Outras exceções que possam ocorrem durante o método emit() de uma subclasse de Handler são passadas para seus respectivos métodos handleError().

A implementação padrão de handleError() em Handler verifica se uma variável de módulo, raiseExceptions, está definida. Caso esteja, um traceback (situação da pilha de execução) é exibido em sys.stderr. Se não, a exceção é inibida.

Nota

O valor padrão de raiseExceptions é verdadeiro. Isso ocorre porque, durante o desenvolvimento, você normalmente desejará ser notificado sobre qualquer exceção que ocorra. É recomendável que você defina raiseExceptions como falso para usos em produção.

Usando objetos arbitrários como mensagens

Nas seções e exemplos anteriores, todas as mensagens criadas ao realizar o logging de um evento foram instanciadas como string. No entanto, essa não é a única possibilidade. Você pode passar um objeto arbitrário como mensagem, e seu método __str__() será chamado quando o sistema de logging precisar convertê-lo em uma string. Inclusive, é possível evitar totalmente o uso de uma representação em string - por exemplo, a classe SocketHandler emite a mensagem enviando pela rede sua respectiva serialização com pickle.

Optimização

A formatação dos argumentos das mensagem é adiada até o quanto for possível. No entanto, o processamento dos argumentos para o método de logging pode ser custoso, e talvez você queira evitar fazê-lo, se o logging for descartar o evento. Para decidir o que fazer, você pode chamar o método isEnabledFor(), que recebe um nível como argumento e retorna verdadeiro apenas se o evento tiver sido criado pelo logger para esse nível em específico. Desta forma, você pode escrever algo como:

if logger.isEnabledFor(logging.DEBUG):
    logger.debug('Mensagem com %s, %s', func_custosa1(),
                                        func_custosa2())

desta forma, se o limite do logger for definido acima de DEBUG, as chamadas para func_custosa1 e func_custosa2 nunca serão feitas.

Nota

Em alguns casos, o próprio isEnabledFor() pode ser mais custoso do que você gostaria (por exemplo, para loggers profundamente aninhados, em que um nível explícito só é definido no logger mais alto da hierarquia). Nesses casos (ou se você quiser evitar chamar um método em um laço), é possível cachear o resultado de uma chamada para isEnabledFor() em uma variável local ou instância, e usá-lo em vez de chamar o método todas as vezes. Este valor armazenado só precisaria ser recalculado se a configuração do logger fosse alterada dinamicamente, com a aplicação em execução (o que não é comum).

Existem outras otimizações que podem ser feitas para aplicação específicas que precisam de um controle mais preciso sobre quais informações de logging são registradas. Abaixo encontra-se uma lista de coisas que você pode fazer para evitar o processamento desnecessário para loggings que serão descartados:

O que você não quer registrar

Como evitar o registro

Informações sobre o ponto em que as chamadas foram feitas.

Defina logging._srcfile como None. Isso evita chamar sys._getframe(), o que pode acelerar seu código em ambientes como o PyPy (que não consegue acelerar códigos que usam sys._getframe()).

Informações sobre threading.

Defina logging.logThreads como False.

ID do processo atual (os.getpid())

Defina logging.logProcesses como False.

Nome do processo atual, ao utilizar o módulo multiprocessing para gerenciar múltiplos processamentos.

Defina logging.logMultiprocessing como False.

Nome da tarefa asyncio.Task atual, ao utilizar o módulo asyncio.

Defina logging.logAsyncioTasks como False.

Observe também que o módulo base de logging inclui apenas o manipulador básico. Se você não importar logging.handlers e logging.config, eles não ocuparão nenhum espaço da memória.

Outros recursos

Ver também

Módulo logging

Referência da API para o módulo de logging.

Módulo logging.config

API de configuração para o módulo logging.

Módulo logging.handlers

Manipuladores úteis incluídos no módulo logging.

Um livro de receitas do logging