Guia de descritores¶
- Autor:
Raymond Hettinger
- Contato:
<python at rcn dot com>
Descritores permitem que os objetos personalizem a consulta, o armazenamento e a exclusão de atributos.
Este guia tem quatro seções principais:
O “primer” oferece uma visão geral básica, movendo-se suavemente a partir de exemplos simples, adicionando um recurso de cada vez. Comece aqui se você for novo em descritores.
A segunda seção mostra um exemplo de descritor prático completo. Se você já conhece o básico, comece por aí.
A terceira seção fornece um tutorial mais técnico que aborda a mecânica detalhada de como os descritores funcionam. A maioria das pessoas não precisa desse nível de detalhe.
A última seção tem equivalentes puros de Python para descritores embutidos que são escritos em C. Leia isto se estiver curioso sobre como as funções se transformam em métodos vinculados ou sobre a implementação de ferramentas comuns como
classmethod()
,staticmethod()
,property()
e __slots__.
Primer¶
Neste primer, começamos com o exemplo mais básico possível e, em seguida, adicionaremos novos recursos um por um.
Exemplo simples: um descritor que retorna uma constante¶
A classe Ten
é um descritor cujo método __get__()
sempre retorna a constante 10
:
class Ten:
def __get__(self, obj, objtype=None):
return 10
Para usar o descritor, ele deve ser armazenado como uma variável de classe em outra classe:
class A:
x = 5 # Atributo de classe comum
y = Ten() # Instância de descritor
Uma sessão interativa mostra a diferença entre a pesquisa de atributo normal e a pesquisa de descritor:
>>> a = A() # Cria uma instância da classeA
>>> a.x # Pesquisa de atributo normal
5
>>> a.y # Pesquisa de descritor
10
Na pesquisa de atributo a.x
, o operador ponto encontra 'x': 5
no dicionário de classe. Na pesquisa a.y
, o operador ponto encontra uma instância de descritor, reconhecida por seu método __get__
. Chamar esse método retorna 10
.
Observe que o valor 10
não é armazenado no dicionário da classe ou no dicionário da instância. Em vez disso, o valor 10
é calculado sob demanda.
Este exemplo mostra como funciona um descritor simples, mas não é muito útil. Para recuperar constantes, a pesquisa de atributo normal seria melhor.
Na próxima seção, criaremos algo mais útil, uma pesquisa dinâmica.
Pesquisas dinâmicas¶
Descritores interessantes normalmente executam cálculos em vez de retornar constantes:
import os
class DirectorySize:
def __get__(self, obj, objtype=None):
return len(os.listdir(obj.dirname))
class Directory:
size = DirectorySize() # Instância de descritor
def __init__(self, dirname):
self.dirname = dirname # Atributo de instância regular
Uma sessão interativa mostra que a pesquisa é dinâmica – calcula respostas diferentes e atualizadas a cada vez:
>>> s = Directory('songs')
>>> g = Directory('games')
>>> s.size # O jogo de músicas tem vinte arquivos
20
>>> g.size # O diretório de jogos tem três arquivos
3
>>> os.remove('games/chess') # Exclui um jogo
>>> g.size # Contagem de arquivos é atualizada automaticamente
2
Além de mostrar como os descritores podem executar cálculos, este exemplo também revela o propósito dos parâmetros para __get__()
. O parâmetro self é size, uma instância de DirectorySize. O parâmetro obj é g ou s, uma instância de Directory. É o parâmetro obj que permite ao método __get__()
aprender o diretório de destino. O parâmetro objtype é a classe Directory.
Atributos gerenciados¶
Um uso popular para descritores é gerenciar o acesso aos dados da instância. O descritor é atribuído a um atributo público no dicionário da classe, enquanto os dados reais são armazenados como um atributo privado no dicionário da instância. Os métodos __get__()
e __set__()
do descritor são disparados quando o atributo público é acessado.
No exemplo a seguir, age é o atributo público e _age é o atributo privado. Quando o atributo público é acessado, o descritor registra a pesquisa ou atualização:
import logging
logging.basicConfig(level=logging.INFO)
class LoggedAgeAccess:
def __get__(self, obj, objtype=None):
value = obj._age
logging.info('Accessing %r giving %r', 'age', value)
return value
def __set__(self, obj, value):
logging.info('Updating %r to %r', 'age', value)
obj._age = value
class Person:
age = LoggedAgeAccess() # Instância de descritor
def __init__(self, name, age):
self.name = name # Atributo de instância regular
self.age = age # Chama __set__()
def birthday(self):
self.age += 1 # Chama __get__() e __set__()
Uma sessão interativa mostra que todo o acesso ao atributo gerenciado age é registrado, mas que o atributo regular name não é registrado:
>>> mary = Person('Mary M', 30) # A atualização inicial de idade é registrada
INFO:root:Updating 'age' to 30
>>> dave = Person('David D', 40)
INFO:root:Updating 'age' to 40
>>> vars(mary) # Os dados estão em um atributo privado
{'name': 'Mary M', '_age': 30}
>>> vars(dave)
{'name': 'David D', '_age': 40}
>>> mary.age # Acessa os dados e registra a pesquisa
INFO:root:Accessing 'age' giving 30
30
>>> mary.birthday() # Atualizações são registradas também
INFO:root:Accessing 'age' giving 30
INFO:root:Updating 'age' to 31
>>> dave.name # Pesquisa de atributo regular não é registrada
'David D'
>>> dave.age # Apenas o atributo gerenciado é registrado
INFO:root:Accessing 'age' giving 40
40
Um grande problema com este exemplo é que o nome privado _age está conectado na classe LoggedAgeAccess. Isso significa que cada instância pode ter apenas um atributo registrado e que seu nome é imutável. No próximo exemplo, vamos corrigir esse problema.
Nomes personalizados¶
Quando uma classe usa descritores, ela pode informar a cada descritor sobre qual nome de variável foi usado.
Neste exemplo, a classe Person
tem duas instâncias de descritor, name e age. Quando a classe Person
é definida, ela faz uma função de retorno para __set_name__()
em LoggedAccess para que os nomes dos campos possam ser registrados, dando a cada descritor o seu próprio public_name e private_name:
import logging
logging.basicConfig(level=logging.INFO)
class LoggedAccess:
def __set_name__(self, owner, name):
self.public_name = name
self.private_name = '_' + name
def __get__(self, obj, objtype=None):
value = getattr(obj, self.private_name)
logging.info('Accessing %r giving %r', self.public_name, value)
return value
def __set__(self, obj, value):
logging.info('Updating %r to %r', self.public_name, value)
setattr(obj, self.private_name, value)
class Person:
name = LoggedAccess() # Primeira instância de descritor
age = LoggedAccess() # Segunda instância de descritor
def __init__(self, name, age):
self.name = name # Chama o primeiro descritor
self.age = age # Chama o segundo descritor
def birthday(self):
self.age += 1
Uma sessão interativa mostra que a classe Person
chamou __set_name__()
para que os nomes dos campos fossem registrados. Aqui chamamos vars()
para pesquisar o descritor sem acioná-lo:
>>> vars(vars(Person)['name'])
{'public_name': 'name', 'private_name': '_name'}
>>> vars(vars(Person)['age'])
{'public_name': 'age', 'private_name': '_age'}
A nova classe agora registra acesso a name e age:
>>> pete = Person('Peter P', 10)
INFO:root:Updating 'name' to 'Peter P'
INFO:root:Updating 'age' to 10
>>> kate = Person('Catherine C', 20)
INFO:root:Updating 'name' to 'Catherine C'
INFO:root:Updating 'age' to 20
As duas instâncias Person contêm apenas os nomes privados:
>>> vars(pete)
{'_name': 'Peter P', '_age': 10}
>>> vars(kate)
{'_name': 'Catherine C', '_age': 20}
Pensamentos finais¶
Um descritor é o que chamamos de qualquer objeto que define __get__()
, __set__()
ou __delete__()
.
Opcionalmente, os descritores podem ter um método __set_name__()
. Isso é usado somente em casos em que um descritor precisa saber a classe onde foi criado ou o nome da variável de classe à qual foi atribuído. (Este método, se presente, é chamado mesmo se a classe não for um descritor.)
Descritores são invocados pelo operador ponto durante a pesquisa de atributos. Se um descritor for acessado indiretamente com vars(some_class)[descriptor_name]
, a instância do descritor é retornada sem invocá-lo.
Descritores só funcionam quando usados como variáveis de classe. Quando colocados em instâncias, eles não têm efeito.
A principal motivação para descritores é fornecer um gancho permitindo que objetos armazenados em variáveis de classe controlem o que acontece durante a pesquisa de atributos.
Tradicionalmente, a classe de chamada controla o que acontece durante a pesquisa. Descritores invertem esse relacionamento e permitem que os dados pesquisados tenham uma palavra a dizer sobre o assunto.
Descritores são usados em toda a linguagem. É como funções se transformam em métodos vinculados. Ferramentas comuns como classmethod()
, staticmethod()
, property()
e functools.cached_property()
são todas implementadas como descritores.
Exemplo completamente prático¶
Neste exemplo, criamos uma ferramenta prática e poderosa para localizar bugs de corrupção de dados notoriamente difíceis de encontrar.
Classe Validator¶
Um validador é um descritor para acesso de atributo gerenciado. Antes de armazenar quaisquer dados, ele verifica se o novo valor atende a várias restrições de tipo e intervalo. Se essas restrições não forem atendidas, ele levanta uma exceção para evitar corrupção de dados em sua origem.
Esta classe Validator
é uma classe base abstrata e um descritor de atributo gerenciado:
from abc import ABC, abstractmethod
class Validator(ABC):
def __set_name__(self, owner, name):
self.private_name = '_' + name
def __get__(self, obj, objtype=None):
return getattr(obj, self.private_name)
def __set__(self, obj, value):
self.validate(value)
setattr(obj, self.private_name, value)
@abstractmethod
def validate(self, value):
pass
Validadores personalizados precisam herdar de Validator
e devem fornecer um método validate()
para testar várias restrições conforme necessário.
Validadores personalizados¶
Vemos aqui três utilitários práticos de validação de dados:
OneOf
verifica se um valor é um de um conjunto restrito de opções.Number
verifica se um valor é umint
oufloat
. Opcionalmente, ele verifica se um valor está entre um mínimo ou máximo dado.String
verifica se um valor é umstr
. Opcionalmente, ele valida um comprimento mínimo ou máximo dado. Ele pode validar um predicado definido pelo usuário também.
class OneOf(Validator):
def __init__(self, *options):
self.options = set(options)
def validate(self, value):
if value not in self.options:
raise ValueError(
f'Expected {value!r} to be one of {self.options!r}'
)
class Number(Validator):
def __init__(self, minvalue=None, maxvalue=None):
self.minvalue = minvalue
self.maxvalue = maxvalue
def validate(self, value):
if not isinstance(value, (int, float)):
raise TypeError(f'Expected {value!r} to be an int or float')
if self.minvalue is not None and value < self.minvalue:
raise ValueError(
f'Expected {value!r} to be at least {self.minvalue!r}'
)
if self.maxvalue is not None and value > self.maxvalue:
raise ValueError(
f'Expected {value!r} to be no more than {self.maxvalue!r}'
)
class String(Validator):
def __init__(self, minsize=None, maxsize=None, predicate=None):
self.minsize = minsize
self.maxsize = maxsize
self.predicate = predicate
def validate(self, value):
if not isinstance(value, str):
raise TypeError(f'Expected {value!r} to be an str')
if self.minsize is not None and len(value) < self.minsize:
raise ValueError(
f'Expected {value!r} to be no smaller than {self.minsize!r}'
)
if self.maxsize is not None and len(value) > self.maxsize:
raise ValueError(
f'Expected {value!r} to be no bigger than {self.maxsize!r}'
)
if self.predicate is not None and not self.predicate(value):
raise ValueError(
f'Expected {self.predicate} to be true for {value!r}'
)
Aplicação prática¶
Veja como os validadores de dados podem ser usados em uma classe real:
class Component:
name = String(minsize=3, maxsize=10, predicate=str.isupper)
kind = OneOf('wood', 'metal', 'plastic')
quantity = Number(minvalue=0)
def __init__(self, name, kind, quantity):
self.name = name
self.kind = kind
self.quantity = quantity
Os descritores impedem que instâncias inválidas sejam criadas:
>>> Component('Widget', 'metal', 5) # Bloqueado: 'Widget' não está todo em letras maiúsculas
Traceback (most recent call last):
...
ValueError: Expected <method 'isupper' of 'str' objects> to be true for 'Widget'
>>> Component('WIDGET', 'metle', 5) # Bloqueado: 'metle' contém um erro de escrita
Traceback (most recent call last):
...
ValueError: Expected 'metle' to be one of {'metal', 'plastic', 'wood'}
>>> Component('WIDGET', 'metal', -5) # Bloqueado: -5 é negativo
Traceback (most recent call last):
...
ValueError: Expected -5 to be at least 0
>>> Component('WIDGET', 'metal', 'V') # Bloqueado: 'V' não é um número
Traceback (most recent call last):
...
TypeError: Expected 'V' to be an int or float
>>> c = Component('WIDGET', 'metal', 5) # Permitido: As entradas são válidas
Tutorial técnico¶
O que se segue é um tutorial mais técnico sobre a mecânica e os detalhes de como os descritores funcionam.
Resumo¶
Define descritores, resume o protocolo e mostra como os descritores são chamados. Fornece um exemplo mostrando como mapeamentos relacionais de objetos funcionam.
Aprender sobre descritores não apenas fornece acesso a um conjunto de ferramentas maior, mas também cria uma compreensão mais profunda de como o Python funciona.
Definição e introdução¶
Em geral, um descritor é um valor de atributo que tem um dos métodos no protocolo do descritor. Esses métodos são __get__()
, __set__()
e __delete__()
. Se qualquer um desses métodos for definido para um atributo, ele é dito ser um descritor.
O comportamento padrão para acesso a atributos é obter, definir ou excluir o atributo do dicionário de um objeto. Por exemplo, a.x
tem uma cadeia de pesquisa começando com a.__dict__['x']
, depois type(a).__dict__['x']
e continuando pela ordem de resolução de métodos de type(a)
. Se o valor pesquisado for um objeto que define um dos métodos descritores, o Python pode substituir o comportamento padrão e invocar o método descritor. Onde isso ocorre na cadeia de precedência depende de quais métodos descritores foram definidos.
Descritores são um protocolo poderoso de propósito geral. Eles são o mecanismo por trás de propriedades, métodos, métodos estáticos, métodos de classe e super()
. Eles são usados em todo o Python. Descritores simplificam o código C subjacente e oferecem um conjunto flexível de novas ferramentas para programas Python do dia a dia.
Protocolo Descriptor¶
descr.__get__(self, obj, type=None)
descr.__set__(self, obj, value)
descr.__delete__(self, obj)
É só isso. Defina qualquer um desses métodos e um objeto é considerado um descritor e pode substituir o comportamento padrão ao ser pesquisado como um atributo.
Se um objeto define __set__()
ou __delete__()
, ele é considerado um descritor de dados. Descritores que definem apenas __get__()
são chamados de descritores não-dados (eles são frequentemente usados para métodos, mas outros usos são possíveis).
Descritores de dados e não dados diferem em como as substituições são calculadas com relação às entradas no dicionário de uma instância. Se o dicionário de uma instância tiver uma entrada com o mesmo nome de um descritor de dados, o descritor de dados terá precedência. Se o dicionário de uma instância tiver uma entrada com o mesmo nome de um descritor não dados, a entrada do dicionário terá precedência.
Para criar um descritor de dados somente leitura, defina __get__()
e __set__()
com o __set__()
levantando AttributeError
quando chamado. Definir o método __set__()
com um espaço reservado levantando uma exceção é o suficiente para torná-lo um descritor de dados.
Visão geral da invocação do descritor¶
Um descritor pode ser chamado diretamente com desc.__get__(obj)
ou desc.__get__(None, cls)
.
Mas é mais comum que um descritor seja invocado automaticamente a partir do acesso ao atributo.
A expressão obj.x
procura o atributo x
na cadeia de espaços de nomes para obj
. Se a busca encontrar um descritor fora da instância __dict__
, seu método __get__()
é invocado de acordo com as regras de precedência listadas abaixo.
Os detalhes da invocação dependem se obj
é um objeto, classe ou instância de super.
Invocação de uma instância¶
A pesquisa de instância verifica uma cadeia de espaços de nomes, dando aos descritores de dados a maior prioridade, seguidos por variáveis de instância, depois descritores que não são de dados, depois variáveis de classe e, por último, __getattr__()
, se fornecido.
Se um descritor for encontrado para a.x
, ele será invocado com: desc.__get__(a, type(a))
.
A lógica para uma pesquisa pontilhada está em object.__getattribute__()
. Aqui está um equivalente Python puro:
def find_name_in_mro(cls, name, default):
"Emulate _PyType_Lookup() in Objects/typeobject.c"
for base in cls.__mro__:
if name in vars(base):
return vars(base)[name]
return default
def object_getattribute(obj, name):
"Emulate PyObject_GenericGetAttr() in Objects/object.c"
null = object()
objtype = type(obj)
cls_var = find_name_in_mro(objtype, name, null)
descr_get = getattr(type(cls_var), '__get__', null)
if descr_get is not null:
if (hasattr(type(cls_var), '__set__')
or hasattr(type(cls_var), '__delete__')):
return descr_get(cls_var, obj, objtype) # data descriptor
if hasattr(obj, '__dict__') and name in vars(obj):
return vars(obj)[name] # instance variable
if descr_get is not null:
return descr_get(cls_var, obj, objtype) # non-data descriptor
if cls_var is not null:
return cls_var # class variable
raise AttributeError(name)
Note que não há nenhum gancho __getattr__()
no código __getattribute__()
. É por isso que chamar __getattribute__()
diretamente ou com super().__getattribute__
ignorará __getattr__()
completamente.
Em vez disso, é o operador ponto e a função getattr()
que são responsáveis por invocar __getattr__()
sempre que __getattribute__()
levanta um AttributeError
. A lógica deles é encapsulada em uma função auxiliar:
def getattr_hook(obj, name):
"Emulate slot_tp_getattr_hook() in Objects/typeobject.c"
try:
return obj.__getattribute__(name)
except AttributeError:
if not hasattr(type(obj), '__getattr__'):
raise
return type(obj).__getattr__(obj, name) # __getattr__
Invocação de uma classe¶
A lógica para uma pesquisa pontilhada como A.x
está em type.__getattribute__()
. Os passos são similares aos de object.__getattribute__()
mas a pesquisa do dicionário de instância é substituída por uma pesquisa através da ordem de resolução de métodos da classe.
Se um descritor for encontrado, ele será invocado com desc.__get__(None, A)
.
A implementação completa em C pode ser encontrada em type_getattro()
e _PyType_Lookup()
em Objects/typeobject.c.
Invocação de super¶
A lógica para a pesquisa pontilhada de super está no método __getattribute__()
para o objeto retornado por super()
.
Uma pesquisa pontilhada como super(A, obj).m
pesquisa obj.__class__.__mro__
para a classe base B
imediatamente após A
e então retorna B.__dict__['m'].__get__(obj, A)
. Se não for um descritor, m
é retornado inalterado.
A implementação completa em C pode ser encontrada em super_getattro()
em Objects/typeobject.c. Um equivalente em Python puro pode ser encontrado no Tutorial do Guido.
Resumo da lógica de invocação¶
O mecanismo para descritores está incorporado nos métodos __getattribute__()
para object
, type
e super()
.
Os pontos importantes para lembrar são:
Descritores são invocados pelo método
__getattribute__()
.As classes herdam esse maquinário de
object
,type
ousuper()
.Substituir
__getattribute__()
impede chamadas automáticas do descritor porque toda a lógica do descritor está nesse método.object.__getattribute__()
etype.__getattribute__()
fazem chamadas diferentes para__get__()
. O primeiro inclui a instância e pode incluir a classe. O segundo colocaNone
para a instância e sempre inclui a classe.Os descritores de dados sempre substituem os dicionários de instância.
Non-data descriptors may be overridden by instance dictionaries.
Notificação automática de nome¶
Às vezes, é desejável que um descritor saiba a qual nome de variável de classe ele foi atribuído. Quando uma nova classe é criada, a metaclasse type
varre o dicionário da nova classe. Se qualquer uma das entradas for descritor e se eles definirem __set_name__()
, esse método será chamado com dois argumentos. O owner é a classe onde o descritor é usado, e o name é a variável de classe à qual o descritor foi atribuído.
Os detalhes de implementações estão em type_new()
e set_names()
em Objects/typeobject.c.
Como a lógica de atualização está em type.__new__()
, as notificações só ocorrem no momento da criação da classe. Se descritores forem adicionados à classe posteriormente, __set_name__()
precisará ser chamado manualmente.
Exemplo de ORM¶
O código a seguir é um esqueleto simplificado que mostra como os descritores de dados podem ser usados para implementar um mapeamento relacional de objetos.
A ideia essencial é que os dados sejam armazenados em um banco de dados externo. As instâncias do Python só guardam chaves para as tabelas do banco de dados. Descritores cuidam de pesquisas ou atualizações:
class Field:
def __set_name__(self, owner, name):
self.fetch = f'SELECT {name} FROM {owner.table} WHERE {owner.key}=?;'
self.store = f'UPDATE {owner.table} SET {name}=? WHERE {owner.key}=?;'
def __get__(self, obj, objtype=None):
return conn.execute(self.fetch, [obj.key]).fetchone()[0]
def __set__(self, obj, value):
conn.execute(self.store, [value, obj.key])
conn.commit()
Podemos usar a classe Field
para definir modelos que descrevem o esquema de cada tabela em um banco de dados:
class Movie:
table = 'Movies' # Nome da tabela
key = 'title' # Chave primária
director = Field()
year = Field()
def __init__(self, key):
self.key = key
class Song:
table = 'Music'
key = 'title'
artist = Field()
year = Field()
genre = Field()
def __init__(self, key):
self.key = key
Para usar os modelos, primeiro conecte ao banco de dados:
>>> import sqlite3
>>> conn = sqlite3.connect('entertainment.db')
Uma sessão interativa mostra como os dados são recuperados do banco de dados e como eles podem ser atualizados:
>>> Movie('Star Wars').director
'George Lucas'
>>> jaws = Movie('Jaws')
>>> f'Released in {jaws.year} by {jaws.director}'
'Released in 1975 by Steven Spielberg'
>>> Song('Country Roads').artist
'John Denver'
>>> Movie('Star Wars').director = 'J.J. Abrams'
>>> Movie('Star Wars').director
'J.J. Abrams'
Equivalentes de Python puro¶
O protocolo descritor é simples e oferece possibilidades interessantes. Vários casos de uso são tão comuns que foram pré-empacotados em ferramentas embutidas. Propriedades, métodos vinculados, métodos estáticos, métodos de classe e __slots__ são todos baseados no protocolo descritor.
Propriedades¶
Chamar property()
é uma maneira sucinta de construir um descritor de dados que dispara uma chamada de função ao acessar um atributo. Sua assinatura é:
property(fget=None, fset=None, fdel=None, doc=None) -> property
A documentação mostra um uso típico para definir um atributo gerenciado x
:
class C:
def getx(self): return self.__x
def setx(self, value): self.__x = value
def delx(self): del self.__x
x = property(getx, setx, delx, "I'm the 'x' property.")
Para ver como property()
é implementada em termos do protocolo descritor, aqui está um equivalente Python puro que implementa a maior parte da funcionalidade principal:
class Property:
"Emulate PyProperty_Type() in Objects/descrobject.c"
def __init__(self, fget=None, fset=None, fdel=None, doc=None):
self.fget = fget
self.fset = fset
self.fdel = fdel
if doc is None and fget is not None:
doc = fget.__doc__
self.__doc__ = doc
def __set_name__(self, owner, name):
self.__name__ = name
def __get__(self, obj, objtype=None):
if obj is None:
return self
if self.fget is None:
raise AttributeError
return self.fget(obj)
def __set__(self, obj, value):
if self.fset is None:
raise AttributeError
self.fset(obj, value)
def __delete__(self, obj):
if self.fdel is None:
raise AttributeError
self.fdel(obj)
def getter(self, fget):
return type(self)(fget, self.fset, self.fdel, self.__doc__)
def setter(self, fset):
return type(self)(self.fget, fset, self.fdel, self.__doc__)
def deleter(self, fdel):
return type(self)(self.fget, self.fset, fdel, self.__doc__)
O recurso embutido property()
ajuda sempre que uma interface de usuário concede acesso a atributos e alterações subsequentes exigem a intervenção de um método.
Por exemplo, uma classe de planilha pode conceder acesso a um valor de célula por meio de Cell('b10').value
. Melhorias subsequentes no programa exigem que a célula seja recalculada em cada acesso; no entanto, o programador não quer afetar o código do cliente existente acessando o atributo diretamente. A solução é encapsular o acesso ao atributo de valor em um descritor de dados de propriedade:
class Cell:
...
@property
def value(self):
"Recalculate the cell before returning value"
self.recalc()
return self._value
Tanto o property()
embutida quanto nosso equivalente Property()
funcionariam neste exemplo.
Funções e métodos¶
Python’s object oriented features are built upon a function based environment. Using non-data descriptors, the two are merged seamlessly.
Funções armazenadas em dicionários de classe são transformadas em métodos quando invocadas. Métodos diferem de funções regulares apenas porque a instância do objeto é prefixada aos outros argumentos. Por convenção, a instância é chamada self, mas poderia ser chamada this ou qualquer outro nome de variável.trabalhar
Os métodos podem ser criados manualmente com types.MethodType
, que é aproximadamente equivalente a:
class MethodType:
"Emulate PyMethod_Type in Objects/classobject.c"
def __init__(self, func, obj):
self.__func__ = func
self.__self__ = obj
def __call__(self, *args, **kwargs):
func = self.__func__
obj = self.__self__
return func(obj, *args, **kwargs)
def __getattribute__(self, name):
"Emulate method_getset() in Objects/classobject.c"
if name == '__doc__':
return self.__func__.__doc__
return object.__getattribute__(self, name)
def __getattr__(self, name):
"Emulate method_getattro() in Objects/classobject.c"
return getattr(self.__func__, name)
def __get__(self, obj, objtype=None):
"Emulate method_descr_get() in Objects/classobject.c"
return self
To support automatic creation of methods, functions include the
__get__()
method for binding methods during attribute access. This
means that functions are non-data descriptors that return bound methods
during dotted lookup from an instance. Here’s how it works:
class Function:
...
def __get__(self, obj, objtype=None):
"Simulate func_descr_get() in Objects/funcobject.c"
if obj is None:
return self
return MethodType(self, obj)
A execução da classe a seguir no interpretador mostra como o descritor de função funciona na prática:
class D:
def f(self):
return self
class D2:
pass
A função tem um atributo nome qualificado para dar suporte à introspecção:
>>> D.f.__qualname__
'D.f'
Acessar a função por meio do dicionário de classes não invoca __get__()
. Em vez disso, ele apenas retorna o objeto da função subjacente:
>>> D.__dict__['f']
<function D.f at 0x00C45070>
O acesso pontilhado de uma classe chama __get__()
que apenas retorna a função subjacente inalterada:
>>> D.f
<function D.f at 0x00C45070>
O comportamento interessante ocorre durante o acesso pontuado de uma instância. A pesquisa pontilhada chama __get__()
que retorna um objeto do método vinculado:
>>> d = D()
>>> d.f
<bound method D.f of <__main__.D object at 0x00B18C90>>
Internamente, o método vinculado armazena a função subjacente e a instância vinculada:
>>> d.f.__func__
<function D.f at 0x00C45070>
>>> d.f.__self__
<__main__.D object at 0x00B18C90>
Se você já se perguntou de onde vem self em métodos regulares ou de onde vem cls em métodos de classe, é isso!
Tipos de métodos¶
Non-data descriptors provide a simple mechanism for variations on the usual patterns of binding functions into methods.
To recap, functions have a __get__()
method so that they can be converted
to a method when accessed as attributes. The non-data descriptor transforms an
obj.f(*args)
call into f(obj, *args)
. Calling cls.f(*args)
becomes f(*args)
.
Este gráfico resume a ligação e suas duas variantes mais úteis:
Transformação
Chamada de um objeto
Chamada de uma classe
função
f(obj, *args)
f(*args)
staticmethod
f(*args)
f(*args)
classmethod
f(type(obj), *args)
f(cls, *args)
Métodos estáticos¶
Static methods return the underlying function without changes. Calling either
c.f
or C.f
is the equivalent of a direct lookup into
object.__getattribute__(c, "f")
or object.__getattribute__(C, "f")
. As a
result, the function becomes identically accessible from either an object or a
class.
Good candidates for static methods are methods that do not reference the
self
variable.
For instance, a statistics package may include a container class for
experimental data. The class provides normal methods for computing the average,
mean, median, and other descriptive statistics that depend on the data. However,
there may be useful functions which are conceptually related but do not depend
on the data. For instance, erf(x)
is handy conversion routine that comes up
in statistical work but does not directly depend on a particular dataset.
It can be called either from an object or the class: s.erf(1.5) --> 0.9332
or Sample.erf(1.5) --> 0.9332
.
Since static methods return the underlying function with no changes, the example calls are unexciting:
class E:
@staticmethod
def f(x):
return x * 10
>>> E.f(3)
30
>>> E().f(3)
30
Using the non-data descriptor protocol, a pure Python version of
staticmethod()
would look like this:
import functools
class StaticMethod:
"Emulate PyStaticMethod_Type() in Objects/funcobject.c"
def __init__(self, f):
self.f = f
functools.update_wrapper(self, f)
def __get__(self, obj, objtype=None):
return self.f
def __call__(self, *args, **kwds):
return self.f(*args, **kwds)
The functools.update_wrapper()
call adds a __wrapped__
attribute
that refers to the underlying function. Also it carries forward
the attributes necessary to make the wrapper look like the wrapped
function: __name__
, __qualname__
,
__doc__
, and __annotations__
.
Métodos de classe¶
Unlike static methods, class methods prepend the class reference to the argument list before calling the function. This format is the same for whether the caller is an object or a class:
class F:
@classmethod
def f(cls, x):
return cls.__name__, x
>>> F.f(3)
('F', 3)
>>> F().f(3)
('F', 3)
This behavior is useful whenever the method only needs to have a class
reference and does not rely on data stored in a specific instance. One use for
class methods is to create alternate class constructors. For example, the
classmethod dict.fromkeys()
creates a new dictionary from a list of
keys. The pure Python equivalent is:
class Dict(dict):
@classmethod
def fromkeys(cls, iterable, value=None):
"Emulate dict_fromkeys() in Objects/dictobject.c"
d = cls()
for key in iterable:
d[key] = value
return d
Now a new dictionary of unique keys can be constructed like this:
>>> d = Dict.fromkeys('abracadabra')
>>> type(d) is Dict
True
>>> d
{'a': None, 'b': None, 'r': None, 'c': None, 'd': None}
Using the non-data descriptor protocol, a pure Python version of
classmethod()
would look like this:
import functools
class ClassMethod:
"Emulate PyClassMethod_Type() in Objects/funcobject.c"
def __init__(self, f):
self.f = f
functools.update_wrapper(self, f)
def __get__(self, obj, cls=None):
if cls is None:
cls = type(obj)
return MethodType(self.f, cls)
The functools.update_wrapper()
call in ClassMethod
adds a
__wrapped__
attribute that refers to the underlying function. Also
it carries forward the attributes necessary to make the wrapper look
like the wrapped function: __name__
,
__qualname__
, __doc__
,
and __annotations__
.
Member objects and __slots__¶
When a class defines __slots__
, it replaces instance dictionaries with a
fixed-length array of slot values. From a user point of view that has
several effects:
1. Provides immediate detection of bugs due to misspelled attribute
assignments. Only attribute names specified in __slots__
are allowed:
class Vehicle:
__slots__ = ('id_number', 'make', 'model')
>>> auto = Vehicle()
>>> auto.id_nubmer = 'VYE483814LQEX'
Traceback (most recent call last):
...
AttributeError: 'Vehicle' object has no attribute 'id_nubmer'
2. Helps create immutable objects where descriptors manage access to private
attributes stored in __slots__
:
class Immutable:
__slots__ = ('_dept', '_name') # Replace the instance dictionary
def __init__(self, dept, name):
self._dept = dept # Store to private attribute
self._name = name # Store to private attribute
@property # Read-only descriptor
def dept(self):
return self._dept
@property
def name(self): # Read-only descriptor
return self._name
>>> mark = Immutable('Botany', 'Mark Watney')
>>> mark.dept
'Botany'
>>> mark.dept = 'Space Pirate'
Traceback (most recent call last):
...
AttributeError: property 'dept' of 'Immutable' object has no setter
>>> mark.location = 'Mars'
Traceback (most recent call last):
...
AttributeError: 'Immutable' object has no attribute 'location'
3. Saves memory. On a 64-bit Linux build, an instance with two attributes
takes 48 bytes with __slots__
and 152 bytes without. This flyweight
design pattern likely only
matters when a large number of instances are going to be created.
4. Improves speed. Reading instance variables is 35% faster with
__slots__
(as measured with Python 3.10 on an Apple M1 processor).
5. Blocks tools like functools.cached_property()
which require an
instance dictionary to function correctly:
from functools import cached_property
class CP:
__slots__ = () # Eliminates the instance dict
@cached_property # Requires an instance dict
def pi(self):
return 4 * sum((-1.0)**n / (2.0*n + 1.0)
for n in reversed(range(100_000)))
>>> CP().pi
Traceback (most recent call last):
...
TypeError: No '__dict__' attribute on 'CP' instance to cache 'pi' property.
It is not possible to create an exact drop-in pure Python version of
__slots__
because it requires direct access to C structures and control
over object memory allocation. However, we can build a mostly faithful
simulation where the actual C structure for slots is emulated by a private
_slotvalues
list. Reads and writes to that private structure are managed
by member descriptors:
null = object()
class Member:
def __init__(self, name, clsname, offset):
'Emulate PyMemberDef in Include/structmember.h'
# Also see descr_new() in Objects/descrobject.c
self.name = name
self.clsname = clsname
self.offset = offset
def __get__(self, obj, objtype=None):
'Emulate member_get() in Objects/descrobject.c'
# Also see PyMember_GetOne() in Python/structmember.c
if obj is None:
return self
value = obj._slotvalues[self.offset]
if value is null:
raise AttributeError(self.name)
return value
def __set__(self, obj, value):
'Emulate member_set() in Objects/descrobject.c'
obj._slotvalues[self.offset] = value
def __delete__(self, obj):
'Emulate member_delete() in Objects/descrobject.c'
value = obj._slotvalues[self.offset]
if value is null:
raise AttributeError(self.name)
obj._slotvalues[self.offset] = null
def __repr__(self):
'Emulate member_repr() in Objects/descrobject.c'
return f'<Member {self.name!r} of {self.clsname!r}>'
The type.__new__()
method takes care of adding member objects to class
variables:
class Type(type):
'Simulate how the type metaclass adds member objects for slots'
def __new__(mcls, clsname, bases, mapping, **kwargs):
'Emulate type_new() in Objects/typeobject.c'
# type_new() calls PyTypeReady() which calls add_methods()
slot_names = mapping.get('slot_names', [])
for offset, name in enumerate(slot_names):
mapping[name] = Member(name, clsname, offset)
return type.__new__(mcls, clsname, bases, mapping, **kwargs)
The object.__new__()
method takes care of creating instances that have
slots instead of an instance dictionary. Here is a rough simulation in pure
Python:
class Object:
'Simulate how object.__new__() allocates memory for __slots__'
def __new__(cls, *args, **kwargs):
'Emulate object_new() in Objects/typeobject.c'
inst = super().__new__(cls)
if hasattr(cls, 'slot_names'):
empty_slots = [null] * len(cls.slot_names)
object.__setattr__(inst, '_slotvalues', empty_slots)
return inst
def __setattr__(self, name, value):
'Emulate _PyObject_GenericSetAttrWithDict() Objects/object.c'
cls = type(self)
if hasattr(cls, 'slot_names') and name not in cls.slot_names:
raise AttributeError(
f'{cls.__name__!r} object has no attribute {name!r}'
)
super().__setattr__(name, value)
def __delattr__(self, name):
'Emulate _PyObject_GenericSetAttrWithDict() Objects/object.c'
cls = type(self)
if hasattr(cls, 'slot_names') and name not in cls.slot_names:
raise AttributeError(
f'{cls.__name__!r} object has no attribute {name!r}'
)
super().__delattr__(name)
To use the simulation in a real class, just inherit from Object
and
set the metaclass to Type
:
class H(Object, metaclass=Type):
'Instance variables stored in slots'
slot_names = ['x', 'y']
def __init__(self, x, y):
self.x = x
self.y = y
At this point, the metaclass has loaded member objects for x and y:
>>> from pprint import pp
>>> pp(dict(vars(H)))
{'__module__': '__main__',
'__doc__': 'Instance variables stored in slots',
'slot_names': ['x', 'y'],
'__init__': <function H.__init__ at 0x7fb5d302f9d0>,
'x': <Member 'x' of 'H'>,
'y': <Member 'y' of 'H'>}
When instances are created, they have a slot_values
list where the
attributes are stored:
>>> h = H(10, 20)
>>> vars(h)
{'_slotvalues': [10, 20]}
>>> h.x = 55
>>> vars(h)
{'_slotvalues': [55, 20]}
Misspelled or unassigned attributes will raise an exception:
>>> h.xz
Traceback (most recent call last):
...
AttributeError: 'H' object has no attribute 'xz'